Justiça autoriza quebra de sigilo bancário, de emails e telefones de Cláudio Castro
Governador do Rio é investigado por desvio de recursos, pagamento de propina e fraude em licitação nos contratos sociais do estado
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, teve os sigilos telemático, fiscal e bancário quebrados. A medida, autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Raul Araújo, faz parte do inquérito que investiga desvio de recursos, pagamento de propina e fraude em licitação nos contratos sociais do Estado no período de 2017 a 2020.
Conforme informações da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a quebra dos sigilos do governador foi solicitada pela Polícia Federal (PF) juntamente com as buscas realizadas na Operação Sétimo Mandamento. Além de Castro, outras 6 pessoas tiveram seus sigilos bancário e fiscal quebrados, enquanto 5 investigados tiveram a quebra do sigilo telemático autorizada.
Na quebra do sigilo telemático, os investigadores obtêm acesso à lista de e-mails, ligações e mensagens trocadas pelos alvos da apuração em um período específico.
Castro não é alvo das buscas, que foram direcionadas ao seu irmão de criação, Vinícius Sarciá Rocha, à subsecretária de Integração Sociogovernamental e de Projetos Especiais da Secretaria Estadual de Governo, Astrid de Souza Brasil Nunes, e a Allan Borges Nogueira, gestor de Governança Socioambiental da Cedae.
Nesta manhã, a PF apreendeu R$ 128 mil e US$ 7.535 (aproximadamente R$ 35,5 mil) na casa de Vinícius Sarciá Rocha. Na residência, os agentes também encontraram anotações e planilhas contendo nomes, valores e porcentagens.
Operação Sétimo Mandamento
Vinícius Sarciá Rocha, irmão do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, foi alvo de buscas da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 20, pela Operação Sétimo Mandamento. As informações são de Rayssa Motta, do Blog do Fausto Macedo, no Estadão.
Vinícius é presidente do conselho de administração da Agência Estadual de Fomento (Agerio). O governador, porém, não é alvo da operação, e também não se manifestou sobre o caso até o momento.
A Operação Sétimo Mandamento investiga desvios na execução dos projetos Novo Olhar, Rio Cidadão, Agente Social e Qualimóvel entre os anos 2017 e 2020, antes da gestão de Cláudio Castro no governo, depois que Wilson Witzel foi cassado.
São investigadas fraudes em licitações e contratos administrativos de assistência social. Segundo a PF, além de desviar recursos públicos, os investigados teriam direcionado serviços indevidamente a redutos eleitorais do grupo político do governador. A propina variava entre 5% e 25%, e os pagamentos somam mais de R$ 70 milhões.
O inquérito está sob sigilo, e os alvos da operação são investigados por organização criminosa, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro. Três mandados de busca e apreensão são cumpridos na cidade do Rio.
O STJ também autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal de sete investigados e o afastamento do sigilo de mensagem de seis deles.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Agerio não se manifestaram.