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Política

Justiça manda soltar PMs presos por deserção em motim

2 mar 2020 - 18h07
(atualizado às 18h09)
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O juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho, da 17.ª Vara Criminal de Fortaleza, determinou a liberdade provisória e sem fiança dos 43 policiais militares detidos por deserção durante o motim da categoria no Ceará, encerrada na noite deste domingo, 1.º. O magistrado volta atrás em sua própria decisão, que determinou a prisão preventiva dos agentes na semana passada.

Carros da PM do Ceará estacionados em frente a batalhão em Fortaleza
21/02/2020
REUTERS/Lucas Moura
Carros da PM do Ceará estacionados em frente a batalhão em Fortaleza 21/02/2020 REUTERS/Lucas Moura
Foto: Reuters

De acordo com o magistrado, o fim da greve ilegal dos policiais tornou a ordem de prisão "desarrazoada" (sem sentido). "Essa atual situação exige uma nova visão da questão, pois a conversão antes decretada teve como fundamento a garantia da ordem pública e a necessidade de manter a hierarquia e disciplina", afirma Coutinho, que cita o acordo firmado pelos amotinados para encerrar a paralisação.

Uma das medidas é a garantia que os militares responderão a um processo administrativo disciplinar "sem perseguição, com amplo direito a defesa e ao contraditório". O acordo, contudo, não previa nenhuma medida de atuação em relação aos agentes detidos por deserção especial. O crime é tipificado no Código Penal Militar e prevê penas de até três meses de prisão.

"É salutar a concessão da liberdade, com a apuração das condutas tanto na esfera disciplinar, quando em sede criminal, sem que a prisão se revele como instrumento necessário e adequado para tal fim", afirmou o juiz.

"A prisão, diante do novo cenário, se mostra desarrazoada. Não vislumbro outra medida cautelar com utilidade no presente momento, bastando a liberdade provisória, com vinculação ao comparecimento aos atos do processo, como suficiente", conclui.

Os 43 militares foram detidos em flagrante após deixar de comparecer à operação de segurança do carnaval de Fortaleza. Durante audiência de custódia, Coutinho havia ressaltado a ilegalidade da greve dos agentes e destacou o "crescimento drástico" do número de homicídios durante o motim.

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