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Política

Kassab defende legalidade de serviços prestados à JBS

PGR diz que ministro recebeu mesada da empresa

19 dez 2018 - 13h39
(atualizado às 14h03)
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O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse estar "muito tranquilo" quanto à legalidade dos serviços prestados por sua empresa à JBS e das doações feitas pela companhia ao PSD, que levaram nesta manhã a Polícia Federal a executar mandados de busca e apreensão em seus endereços.

Em conversa por telefone, Kassab disse ao Broadcast Político que espera que o andamento das investigações demonstre que todas as movimentações citadas ocorreram dentro da legalidade.

Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab durante cerimônia em Brasília
Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab durante cerimônia em Brasília
Foto: Fátima Meira / Futura Press

"A PGR ainda não concluiu seu trabalho - isso está evidente - e certamente esclarecerá todos esses pontos. Esta ainda é uma fase de apuração e eu me coloquei à disposição para colaborar como puder. Todos os documentos relacionados a esse assunto já foram devidamente encaminhados", afirmou Kassab.

Com base na delação da JBS, a Procuradoria-Geral da República aponta que Kassab teria recebido R$ 350 mil reais por meio de uma empresa de sua propriedade, a Yape Consultoria.

O valor total pago, segundo afirmações de Wesley Batista, um dos donos do frigorífico, seria de R$ 30 milhões. Além disso, a investigação apura o pagamento de R$ 28 milhões ao diretório nacional do PSD, que, segundo os delatores, teria por objetivo comprar o apoio da sigla em favor do PT. Kassab nega irregularidades em ambos os casos.

Ao falar especificamente sobre o contrato de sua empresa com a JBS, Kassab insistiu que a operação ocorreu dentro da legalidade e se refere a serviços de locação de caminhões. "Eu estou muito tranquilo quanto à legalidade de todos os serviços prestados pela minha empresa", afirmou.

O ministro insistiu no fato de o contrato ter sido firmado antes de a contratante ser adquirida pela JBS. A empresa em questão era o frigorífico Bertin, que foi alvo de denúncias durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi adquirido em 2009 pela JBS.

"Todos os serviços contratados foram prestados. Foram serviços de naturezas diversas", disse Kassab. "Esta minha empresa atuava no transporte de cargas. E eu tive diversos outros clientes. Toda a documentação vai atestar isso", continuou.

Dinheiro

Kassab comentou ainda o fato de a Polícia Federal ter encontrado R$ 301 mil em dinheiro vivo em seu apartamento localizado no bairro dos Jardins, em São Paulo. "Esta é uma consequência do bloqueio de bens com o qual estou convivendo", afirmou o ministro.

Em setembro deste ano, o juiz José Gomes Jardim Neto, da 9ª Vara da Fazenda Pública da capital, abriu ação de improbidade contra Kassab e determinou o bloqueio de R$ 21 milhões. O caso se refere ao suposto recebimento de valores por meio de caixa 2, entre 2008 e 2014.

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