Kim Kataguiri quer rivalizar com Nunes e ser nome da direita na disputa pela Prefeitura de São Paulo
Deputado do União Brasil disse ao 'Estadão' que a sigla é 'plural' e reafirmou oposição a Lula mesmo com maior presença do partido no governo federal
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), um dos cotados para disputar a Prefeitura de São Paulo no próximo ano, tenta se opor a Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e nome que pode ter o apoio de Jair Bolsonaro (PL). Apesar de a sigla do líder do Movimento Brasil Livre (MBL) estar na Esplanada dos Ministérios, o deputado avoca o rótulo de candidato da direita e rejeita um eventual apoio do ex-presidente.
"(Nunes) está fazendo um esforço monumental para tentar ter os votos da direita, mesmo não representando esses valores. Não precisamos ficar reféns de uma candidatura de centro", disse Kataguiri ao Estadão. No começo de junho, ele venceu as prévias do MBL com um placar apertado: obteve 56,1% dos votos, deixando para trás o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil-SP). O deputado defendeu que a sigla é "plural", mas sua candidatura será de direita.
O evento demonstra uma tentativa do União Brasil de avançar em uma pauta típica da esquerda, que é o combate à violência contra a mulher. Entre políticos de direita, a abordagem do assunto é mais incipiente. Kataguiri negou que a sua ida ao evento possa sinalizar um peso maior às pautas identitárias na sua campanha.
"As esquerdas fazem parecer que nós somos inimigos de todos esses grupos, quando, na realidade, é o contrário. Vamos falar sobre a abolição da escravatura. Quem acabou com a escravidão no mundo foi o movimento liberal. Apesar dos discursos, o que de fato se defende no campo da direita são os direitos e as garantias fundamentais individuais", disse o deputado.
Divisão de eleitorado
Além de Nunes, Boulos e Pontes, a deputada Tabata Amaral (PSB) é cotada para a disputa eleitoral do ano que vem. Ex-pedetista, ela também é uma parlamentar jovem com bom trânsito nas redes sociais. No entanto, Kataguiri não acredita que eles possam disputar o mesmo eleitorado.
"O eleitorado dela está mais vinculado ao do Boulos do que ao meu. O dela é mais de centro-esquerda e tem uma visão, principalmente em questões identitárias, muito diferente da minha", disse o deputado ao Estadão.