Lava Jato: Collor e outros citados afirmam inocência na web
"Estou novamente pronto para enfrentar e provar que nada tenho a ver com esse esquema criminoso", escreveu o ex-presidente no Facebook
Citado na lista de políticos que serão investigados por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, o senador e ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello (PTB-AL) usou sua página oficial no Facebook para defender a sua inocência no caso.
"Estou limpo, não temo nenhuma investigação e vou provar, mais uma vez, minha inocência", afirmou o senador. Collor lembrou aos seus seguidores na rede social que foi inocentado em outros dois julgamentos realizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ligados à cassação de seu mandato presidencial.
"Estou novamente pronto para enfrentar e provar que nada tenho a ver com esse esquema criminoso", escreveu o ex-presidente. A lista de investigados traz os nomes de 47 políticos.
Políticos afirmam inocência nas redes sociais
Outros políticos citados na lista do procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, também utilizaram a internet para se defender das acusações.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) publicou um comunicado oficial em sua página no Facebook afirmando que sente "tristeza e tranquilidade" por ter o nome investigado. "Tristeza por ter meu nome envolvido em caso de corrupção [...]. E tranquilidade, porque eu não temo a investigação e terei condições de provar que nada tenho com este esquema que atacou a Petrobras", escreveu.
"Não conheço e jamais mantive contato com Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef", escreveu a senadora, que é uma das oito pessoas do PT envolvidas na investigação.
Citado pelo ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) também diz ser inocente e divulgou nota em que informa desconhecer Jayme e o doleiro Youssef.
Anastasia diz ser “absolutamente falsa” a alegação de que teria recebido valores em dinheiro de Jayme, a mando do doleiro. O senador lembra que Youssef negou, em depoimento, que tivesse encaminhado a ele qualquer valor.
No texto, o senador diz ainda que “não resistiria à menor verificação” o relato de que o dinheiro teria sido entregue em uma casa em Belo Horizonte sem a indicação de endereço, data e hora do encontro. Cita ainda que houve “reconhecimento precário” de uma fotografia em que a pessoa era “parecida” com ele.
Segundo Anastasia, o inquérito servirá para “demonstrar a verdade”. “Desejo, tão somente, que a apuração seja rápida, de forma a comprovar o mais breve possível minha total inocência, por respeito aos milhões de mineiros que votaram em mim para o governo e para o Senado e por toda a trajetória de minha vida pública, reconhecidamente correta e proba”, diz na nota.
No Facebook, ele publicou um vídeo em que diz ser inovente. "Vou provar tudo de maneira clara e descobrir quem está por trás disso, nessa vontade de me lançar em uma infâmia falsa, covarde e mentirosa", afirma Anastasia.
E uma piada essa peça do procurador e causa estranheza que não tenha me pedido explicações, como aliás sempre foi praxe na PGR
— DeputadoEduardoCunha (@DepEduardoCunha) 7 março 2015
O deputado e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou inocência e disse que a abertura do inquérito contra ele é uma "piada". O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prometeu esclarecimentos à Justiça.
“Nas democracias todos – especialmente os homens públicos – estão sujeitos a questionamentos, justos ou injustos. A diferença está nas respostas. Existem os que têm o que dizer e aqueles que não. Quanto a mim darei todas as explicações à luz do dia e prestarei as informações que a Justiça desejar”, disse Renan em nota à imprensa divulgada no site da Presidência do Senado.
Minhas relações junto ao poder público nunca ultrapassaram os limites institucionais.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) 7 março 2015
"Minhas relações junto ao poder público nunca ultrapassaram os limites institucionais", esclareceu Renan em seu perfil no Twitter.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse, em seu Facebook, que "recebeu com surpresa, porém com serenidade, a inclusão de seu nome" na lista. Porém, se mostrou indignada por "igualarem políticos que receberam propinas, pagamentos pessoais, depósitos em conta".
"É preciso separar o ‘joio do trigo’. Só recebemos doações legais, na conta de campanha", afirmou Lindbergh. Ele é acusado de receber R$ 2 milhões em doação para sua campanha, repassados por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras. "Reiteramos a certeza do arquivamento do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal e a confiança na Justiça", diz o petista.