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Política

Lava Jato: governadores do Rio e do Acre serão investigados

Ex-governador Sérgio Cabral e o ex-secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro Régis Fichtner também devem ser investigados

12 mar 2015 - 19h09
(atualizado em 25/9/2015 às 12h47)
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<p>"Estou à disposição da Justiça, só quero ser ouvido.  Essa conversa nunca existiu", afirmou Pezão</p>
"Estou à disposição da Justiça, só quero ser ouvido. Essa conversa nunca existiu", afirmou Pezão
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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou, nesta quinta-feira (12) a abertura de inquéritos para investigar os governadores do Rio de Janeiro, Luiz fernando Pezão (PMDB), e do Acre, Tião Viana (PT). Ambos teriam sido citados nos depoimentos da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.

O ex-governador Sérgio Cabral e o ex-secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro Régis Fichtner também devem ser investigados.

Leia também: saiba o que será investigado sobre cada político na Lava-Jato

No pedido dos inquéritos, foi solicitado ao STJ autorização para que a Polícia Federal colha o depoimento de nove pessoas, incluindo o governador e o ex-governador do RJ, além da análise de informações sobre doações eleitorais. 

Nos autos que envolvem o governador do Acre, a vice-procuradora geral da República, Ela Wiecko, solicitou, além do depoimento dele e informações sobre as doações de campanha, documentos em posse do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro. 

STF autoriza investigação de congressistas:

Em depoimento, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que Pezão, junto a Sérgio Cabral e Régis Fichtner, solicitou e recebeu R$ 30 milhões de empresas contratadas pela Petrobras para construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). 

O pedido de inquérito acrescenta informações sobre os doadores das eleições de 2010, disponibilizado no Sistema de Prestação de Contas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral. Existem aportes financeiros das empresas ALUSA (R$ 500 mil), ODEBRECHT (R$ 200 mil) e UTC (R$ 1 milhão) no comitê financeiro único do PMDB/RJ e da OAS, sendo R$ 400 mil no comitê financeiro da Direção Estadual do PMDB/RJ e R$ 1 milhão no comitê financeiro da chapa Sérgio Cabral/Luiz Fernando Pezão.

Costa também informou que Tião Viana solicitou e recebeu R$ 300 mil de recursos de propina recolhidos junto a empresas contratadas pela Petrobras no ano de 2010 como auxílio para sua campanha. As referências estão acompanhadas de anotações realizadas em agenda apreendida durante busca determinada pela 13ª Vara Federal de Curitiba.

"Só quero ser ouvido", diz Pezão; "quanto mais investigação, melhor”, afirma Tião

Diante das acusações, o governador do Rio de Janeiro disse, em nota oficial, que respeita a decisão da PGR e do STJ. Em contrapartida, classificou como "estapafúrdio" o depoimento do ex-diretor da estatal e disse estar certo de que a investigação vai comprovar que a acusação é falsa.

"Estou à disposição da Justiça, só quero ser ouvido.  Essa conversa nunca existiu", afirmou Pezão. Tião Viana não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

Tião Viana também negou qualquer envolvimento com o desvio de recursos da Petrobras. “A despeito de citação da minha pessoa com a tal Operação Lava Jato, eis a minha posição: estou muito longe dessa podridão; essa podridão está muito longe de mim”, disse o governador, em nota.

“Os dedos sujos da injúria, da calúnia e da difamação que apontam para a minha honra, não escondem a covardia daqueles que certamente não terão a dignidade de vir a público pedir desculpas quando tudo for esclarecido”, diz outro trecho.

O governador informou que autoriza a publicidade de tudo que envolva o seu nome e defendeu as investigações. “Para mim, quanto mais investigação, melhor”. A nota de Viana foi lida no plenário da Câmara pelo deputado Leo de Brito (PT-AC).

Fonte: Terra
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