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Política

Lava Jato: juiz manda PF investigar escutas clandestinas na cela de doleiro

Ao todo, a Polícia Federal abriu quatro sindicâncias sobre a escuta encontrada pelo próprio Youssef em sua cela

22 mai 2023 - 17h06
(atualizado às 19h47)
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Doleiro Alberto Youssef, que, segundo a Lava Jato, 'modernizou' métodos de lavar dinheiro.
Doleiro Alberto Youssef, que, segundo a Lava Jato, 'modernizou' métodos de lavar dinheiro.
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, instou a Superintendência da Polícia Federal no Paraná para que instaure um inquérito sobre a escuta ilegal encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef à época em que ele esteve preso na carceragem da corporação em Curitiba.

O magistrado considerou que sindicância da Corregedoria da Polícia Federal sobre o caso apontou 'indícios concretos e documentados acerca do cometimento de graves delitos, em tese, na referida carceragem'.

Os relatórios da Polícia Federal foram encaminhados à 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba em maio, após determinação de Appio. Segundo o magistrado, a defesa de Yousseff tentava acessar a investigação interna da PF há nove anos sem sucesso.

O juiz da Lava Jato então analisou a íntegra da sindicância e decidiu oficiar a PF no Paraná, sob o argumento de que é 'dever de toda e qualquer autoridade pública encaminhar notícia de fato supostamente criminoso à autoridade policial'.

Assim, a Superintendência Regional foi instada 'para que, querendo, instaure o competente inquérito policial para a rigorosa e necessária apuração dos fatos'.

Ao todo a Polícia Federal abriu quatro sindicâncias sobre a escuta encontrada pelo próprio Youssef em sua cela. O grampo teria captado diálogos do ex-doleiro entre 17 e 28 de março de 2014.

O primeiro procedimento sobre a escuta, aberto ainda em 2014, acabou arquivado sob o argumento de que não foi identificada 'infração disciplinar' durante as apurações. Na ocasião, a conclusão da PF foi a de que o grampo estava inoperante.

Já no bojo de uma segunda investigação, a Corregedoria da PF entendeu que houve sim captação de áudio, comprovada por arquivos encontrados no computador usado pelo agente Dalmey Fernando Werlang.

Estadão
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