Lava Jato: novo delator diz ter pago propina a Dirceu
Milton Pascowitch, dono de uma consultoria chamada Jamp Engenharia, fechou acordo de delação nesta segunda-feira
O lobista Milton Pascowitch, mais novo delator da Operação Lava Jato, disse a investigadores da Polícia Federal que intermediou o pagamento de propina ao PT e ao ex-ministro José Dirceu para garantir contratos da empreiteira Engevix com a Petrobras. As informações são da Folha de S. Paulo.
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De acordo com o jornal, os pedidos de dinheiro de Dirceu - considerado uma espécie de "padrinho" dos interesses da empreiteira na estatal - eram "insistentes" e os repasses eram feitos de diferentes maneiras. Um dos pagamentos, por exemplo, aconteceu por meio de uma doação feita a uma arquiteta que reformou um dos imóveis do petista.
A delação premiada de Pascowitch foi homologada nesta segunda-feira (29). Com ela, o lobista deixou a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, para cumprir prisão domiciliar, em São Paulo. Ele é dono de uma consultoria chamada Jamp Engenharia e foi contratado, de acordo com a denúncia, pela Engevix para aproximá-la do PT e da Petrobras.
Procurado pela publicação, o ex-ministro afirmou que não teve acesso aos termos e ao conteúdo da delação premiada e, portanto, não tem como emitir opiniões a respeito. Em nota, disse ainda que "não teve qualquer influência na indicação de Renato Duque para a diretoria da Petrobras, informação reafirmada pelo próprio Duque em depoimento em juízo e à CPI da Petrobras" e que "o presidente do Conselho da Engevix, Cristiano Kok, já afirmou à própria Folha que contratou José Dirceu para prestar consultoria no exterior na prospecção de novos negócios".
A assessoria de imprensa do PT e o advogado da Engevix, Antônio Sérgio Pitombo, não quiseram se pronunciar.