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Política

Lava Jato: testemunhas detalham esquema de propina na OAS

"Testemunhei o Alberto (Youssef) levando mala de dinheiro para a OAS algumas vezes", disse a contadora Meire Poza

4 fev 2015 - 19h55
(atualizado em 25/9/2015 às 12h43)
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<p>Testemunhas foram ouvidas sobre a participação de seis executivos e funcionários da OAS no cartel das empreiteiras e nas fraudes em contratos com a Petrobras</p>
Testemunhas foram ouvidas sobre a participação de seis executivos e funcionários da OAS no cartel das empreiteiras e nas fraudes em contratos com a Petrobras
Foto: Sergio Moraes / Reuters

O "réu da vez" nas audiências da fase judicial da Operação Lava Jato foi a construtora OAS. No terceiro dia de depoimentos, testemunhas foram ouvidas sobre a participação de seis executivos e funcionários da OAS no cartel das empreiteiras e nas fraudes em contratos com a Petrobras. Prestaram depoimento, nesta quarta-feira, o delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo, os empresários Júlio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto (da Toyo Setal), Leonardo Meirelles, do Labogem e a contadora Meire Poza.

Ao deixar o prédio da Justiça Federal, Meirelles disse que confirmou em depoimento que o dinheiro de propina pago pela OAS a Youssef havia passado por suas empresas. Contou também que “tinha acesso a contratos de nota fiscais fictícias que foram emitidas na ocasião". "O recurso passou pelas contas da minha empresa, não consigo precisar os valores, mas os contratos já foram anexados ao processo, não só da OAS, como das outras empreiteiras”, explicou.

Meire Poza disse que, o seu depoimento desta quarta-feira foi mais rápido, uma vez que - ao contrário da Engevix, cuja audiência foi ontem - a OAS não operou com notas da GFD. “Só fui arrolada como testemunha porque testemunhei o Alberto (Youssef) levando mala de dinheiro para a OAS algumas vezes. Em uma delas, ele até me levou junto, mas não desci do carro”, disse.

"Propina era institucionalizada na Petrobras", diz testemunha:

A contadora também reafirmou que os ex-deputados Luiz Argôlo e André Vargas e o ex-ministro Mário Negromonte frequentavam o escritório do doleiro, mas disse não saber o que eles iam fazer no local.

Em contrapartida, o advogado da OAS, Roberto Telhada, minimizou as declarações das duas testemunhas e disse que “os depoimentos de hoje começaram a demonstrar que as teses da defesa e a verdade começam a ser, pouco a pouco comprovadas".

"Vai levar algum tempo ainda porque depende de medidas que o juiz determinou ao delegado responsável pelo inquérito, que exiba documentos que a defesa solicitou e a pedidos da defesa que o juiz se comprometeu a avaliar”, diz Telhada. Sobre as confissões de Meirelles e Poza, ele respondeu que “o depoimento do Meirelles para nós não tem significado nenhum, nós nem sabemos quem é Meirelles. O da Meire também não diz nada. Ela disse que viu o Youssef levando dinheiro para a OAS, ótimo, ele não tirou, ele levou”.

Os depoimentos referentes à OAS seguem na audiência de amanhã, com oitiva de funcionários de chefes da área de controle e segurança da Petrobras: Pedro Aramis De Lima Arruda, Gerson Luiz Goncalves, Marcelino Guedes Ferreira Mosqueira Gomes.

Fonte: Especial para Terra
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