Investigado na Suíça, Cunha desiste de viagem à Itália
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (1º) que não teme qualquer perda de apoio político diante das denúncias envolvendo seu nome na Operação Lava Jato. O peemedebista já foi alvo de pelo menos cinco delações premiadas. Perguntado sobre a informação divulgada ontem (30) pela Procuradoria-Geral da República (PGR), de que foram encontradas contas bancárias em seu nome e de parentes na Suíça, Cunha resumiu: “Não estou atrás de apoio”.
O peemedebista, que anunciou em julho posição pessoal de independência em relação ao governo, continua sem comentar detalhes sobre a Lava Jato. Ele reiterou sua posição quando foi questionado sobre uma possível investigação contra seu nome pelo Ministério Público suíço. O advogado de defesa, Antônio Fernando de Souza, que tem sido o interlocutor do parlamentar nesses casos, divulgou nota afirmando que desconhece qualquer investigação na Suíça e, por isso, não comentaria o fato.
Cunha manteve a mesma postura em relação a denúncias recentes envolvendo a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Deixa eles responderem às denúncias”, afirmou, acrescentando que qualquer opinião emitida “partidarizaria o discurso”.
Impeachment
Eduardo Cunha cancelou viagem a Roma, na Itália, neste fim de semana, onde participaria do 1º Fórum Parlamentar Itália-América Latina e Caribe. Ele faria um discurso no evento segunda-feira (5) e retornaria ao Brasil. “Ficou corrido”, explicou, afastando qualquer relação da denúncia sobre as contas na Suíça com a sua decisão.
Como permanecerá em Brasília no fim de semana, Cunha disse que pode aproveitar para analisar mais “um ou dois dos pedidos de impeachment”. Ontem, foi publicado o indeferimento de três dos 13 pedidos apresentados contra a presidenta Dilma Rousseff, por não atenderem aos requisitos formais. A Câmara é responsável por analisar se os pedidos de denúncia por crime de responsabilidade são admissíveis.