Defesa de Lula diz que não pedirá habeas corpus preventivo
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro, declararam nesta sexta-feira que não há "espaço" para um eventual pedido de prisão.
Por essa razão, a defesa do ex-chefe de Estado não pretende, "neste momento", solicitar um habeas corpus preventivo para Lula.
"Não pensamos em um habeas corpus neste momento, não há nada que justifique uma medida cautelar, seja a prisão ou outra medida", afirmou Cristiano Zanin Martins, um dos advogados do ex-presidente, durante uma entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros em São Paulo.
A defesa de Lula insistiu que a denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro apresentada nesta semana pelo Ministério Público contra o ex-presidente não contém "provas" e, por isso, consideram que não há "justa causa" para que seja aceita pelo juiz Sergio Moro, que concentra as investigações da Operação Lava Jato.
No entanto, os advogados denunciaram em reiteradas ocasiões a "parcialidade" e "o abuso de poder" do magistrado e, com base nesses argumentos, apelaram perante a Comissão de Direitos Humanos da ONU, que ainda deve analisar se aceita o pedido.
"Apelamos à ONU porque precisamos de um remédio eficaz" ressaltou Zanin, que lembrou que a Comissão de Direitos Humanos ainda está analisando se admite ou rejeita a apelação.
Caso seja aceita na fase de admissão, se iniciaria o processo, que pode durar entre um e dois anos, e se for favorável a Lula, a ONU terá que "condenar o país a corrigir o erro e castigar as pessoas que foram responsáveis".
"Lula tem uma dimensão internacional, sua dimensão é mundial e isso justifica o fato de ter levado o comunicado à ONU", explicou.
Zanin antecipou ainda que a defesa de Lula viajará na próxima semana a Nova York, coincidindo com a realização da Assembleia Geral da ONU, para apresentar o caso do ex-presidente perante organizações e advogados de Direitos Humanos, que formalizaram o convite.
O objetivo da reunião que será realizada na terça-feira, segundo Zanin, será "esclarecer" a situação de Lula no âmbito internacional.