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Lava Jato

Novo depoimento de Lula a Moro deve ter mil policiais

Ex-presidente será novamente ouvido por Moro nesta quarta-feira (13), em Curitiba; militantes preparam ato de apoio

11 set 2017 - 19h17
(atualizado em 22/9/2017 às 10h51)
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O esquema de segurança para o segundo depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao juiz Sergio Moro, marcado para a próxima quarta-feira (13), às 14h, na sede da Justiça Federal do Paraná (JFPR), em Curitiba, deve contar com mil policiais e ao menos outros 500 agentes. A informação foi confirmada na tarde de hoje pelo secretário de Estado da Segurança Pública, Wagner Mesquita, após uma reunião a portas fechadas com diversos representantes do governo e da sociedade civil organizada. O interrogatório é relativo à ação penal em que o petista é réu por suposto recebimento de propinas da empreiteira Odebrecht.

O efetivo é mais modesto do que o utilizado no dia 10 de maio, quando ocorreu a primeira oitiva de Lula a Moro. Naquela ocasião, haviam três mil homens, sendo 1,7 mil PMs, alguns dos quais deslocados do interior do Estado. "O planejamento operacional é basicamente o mesmo, com volume menor, considerando que temos um numero menor de pessoas confirmadas", disse Mesquita. Segundo ele, 40 ônibus, trazendo 2,5 mil militantes de diversas partes do País, são esperados. 

Já há um interdito proibitório para a praça em frente à JFPR, localizada no bairro Ahú e onde costumam se reunir grupos de apoio à Operação Lava Jato, iniciando às 6h. O chefe da pasta contou que os pontos de bloqueio se estenderão para duas quadras do local, a partir do meio-dia. "A Justiça vai ter seu expediente interno e administrativo normal, porém, com acesso controlado". Além dos PMs, estarão a postos bombeiros, policiais civis, agentes de trânsito, policiais rodoviários estaduais e federais, policiais federais e guardas municipais.

"Não abrimos mão de fazer a fiscalização das estradas. Os ônibus que venham com a documentação em dia, em bom estado e sem nenhum material que não seja condizente com uma manifestação democrática. Da outra vez, apreendemos foices, facas e estamos solicitando aos movimentos de apoio ao ex-presidente que não tragam esse tipo de material", completou. Os custos da operação ainda não foram divulgados. Em maio, foram desembolsados R$ 150 mil. "A gente estima [um custo] menor. Mas vamos investir em segurança, para garantir uma manifestação tranquila e um ato de Justiça sendo feito sem constrangimento", defendeu o secretário.

Reunião a portas fechadas com diversos representantes do governo e da sociedade civil organizada definiu esquema de segurança de novo depoimento de Lula a Moro
Reunião a portas fechadas com diversos representantes do governo e da sociedade civil organizada definiu esquema de segurança de novo depoimento de Lula a Moro
Foto: Mariana Franco Ramos / Especial para Terra

Ele não descartou nem o uso de helicópteros, nem de atiradores de elite. "É um ato que reúne milhares de pessoas, com ideologias diferentes. Temos a obrigação de empregar todos os meios, se necessário. Estamos aqui como técnicos que somos. No outro evento (em maio), havíamos recebido informes de mais de 60 mil pessoas e movimentos antagônicos, com mensagens de ódio. O planejamento foi voltado a evitar o confronto. E só o fato de não ter havido nenhum fato negativo, ninguém se feriu ou houve dano ao patrimônio, justifica", acrescentou.

Os manifestantes pró-Lula, encabeçados pelas frentes Brasil Popular (FBP) e Resistência Democrática (FRD) e também pelo Fórum de Lutas 29 de Abril, pretendem se reunir na Praça Generoso Marques, no centro da capital, a partir das 15 horas.  Estão previstas apresentações culturais, uma "aula pública" com o jurista Eugênio Aragão, professor da Universidade de Brasília (UnB), ex-procurador do Ministério Público Federal (MPF) e ex-ministro da Justiça durante o governo de Dilma Rousseff (PT), e ainda o lançamento de um livro de 101 juristas sobre a Lava Jato. Já os grupos contrários ao petista e de apoio à operação vão se concentrar em frente ao Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico.

Ex-ministro de Dilma e ex-chefe de gabinete do ex-presidente, Gilberto Carvalho participou da reunião, representando o Partido dos Trabalhadores (PT). Ele falou que Lula deve chegar nesta terça-feira (12), provavelmente de ônibus. "“Isso está sendo discutido. Vai depender do conforto dele, mas é provável que venha na véspera sim, via rodoviária. Estamos preparando um movimento como no 10 de maio, de solidariedade, apoio e carinho. Convidamos a militância para uma manifestação pacífica. Queremos de novo que ele se sinta apoiado, pois acreditamos na inocência dele, na verdade, e esperamos que tenha um ótimo desempenho"”, afirmou. Conforme Carvalho, a expectativa é de que Lula se dirija à praça após a oitiva, para se encontrar com os manifestantes. São esperadas em torno de cinco mil pessoas.

Fonte: Especial para Terra
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