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Lava Jato

Ex-tesoureiro do PT se entrega em SP

24 jun 2016 - 16h56
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O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira se entregou hoje (24) no começo da tarde à Justiça e foi encaminhado para prestar depoimento na 6ª Vara Federal Criminal. Um mandado de prisão havia sido expedido contra ele e mais dez acusados de participar de um esquema de desvio de verbas no Ministério do Planejamento investigado pela Operação Custo Brasil. Desses, oito foram presos ontem (23) pela Polícia Federal (PF).

Um dos que tiveram a prisão decretada era outro ex-tesoureiro PT, João Vaccari Neto, que já estava sob custódia em Curitiba. O advogado Guilherme de Salles Gonçalves está vindo de Portugal para se apresentar às autoridades. Gonçalves e Ferreira foram os únicos não encontrados durante a operação policial.

O ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, foi preso ontem e está no local para prestar depoimento.
O ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, foi preso ontem e está no local para prestar depoimento.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os outros oito acusados chegaram a São Paulo ainda ontem e passaram a noite na carceragem da PF. Eles estão prestando depoimento na 6ª Vara Federal Criminal. Até o momento já foram ouvidos, além de Ferreira, Joaquim José Maranhão da Câmara, Daisson Silva Portanova, Dércio Guedes de Souza e Valter Correia da Costa, ex-secretário de municipal de Gestão de São Paulo.

O ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também está no local para prestar depoimento. Ele é acusado de ser uma das figuras centrais do esquema que desviou cerca de R$ 100 milhões entre 2010 e 2015. De acordo com as investigações, agentes públicos e políticos recebiam pagamentos ilegais a partir do contrato feito com a empresa Consist Softwear para gerir o crédito consignado - empréstimos com desconto em folha - para servidores públicos federais. Os serviços da empresa eram custeados por uma cobrança de cerca de R$ 1 de cada um dos funcionários públicos que aderiram a essa modalidade de crédito. O inquérito aponta que desse montante, 70% era desviado para empresas de fachada.

A partir dos contratos falsos, os recursos chegavam aos destinatários finais, entre eles o ex-ministro. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal, ele teve despesas pessoais e de campanhas eleitorais pagas pelo esquema de corrupção desmantelado pela Operação Custo Brasil. As investigações apontam que um escritório de advocacia ligado ao ex-ministro recebeu cerca de R$ 7 milhões. Desse total, a estimativa é que 80% custearam gastos de Paulo Bernardo.

A Operação Custo Brasil foi desencadeada a partir da delação premiada do ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano. Segundo as investigações, Romano tinha um grupo de empresas em seu nome e de parentes próximos que eram usadas para ocultar a origem do dinheiro desviado do contrato com a Consist Softwear fazer pagamentos em benefício do PT. Em contrapartida, o ex-vereador ficaria com cerca de 20% dos valores movimentados pelas empresas de fachada.

Agência Brasil Agência Brasil
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