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Lava Jato

MPF recorre para que Joesley Batista volte para prisão

20 mar 2018 - 18h57
(atualizado às 19h24)
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Empresário Joesley Batista após depoimento em Brasília
07/09/2017 REUTERS/Adriano Machado
Empresário Joesley Batista após depoimento em Brasília 07/09/2017 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

A Procuradoria da República no Distrito Federal entrou com recurso para tentar levar o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, novamente para a prisão preventiva após decisão tomada há duas semanas por um juiz federal de Brasília de liberá-lo, afirmou à Reuters uma fonte com conhecimento do caso.

O recurso, apresentado sob sigilo, pretende reverter decisão do juiz federal de Brasília Marcus Vinicius Reis Bastos que há duas semanas determinou a soltura de Joesley.

Na ocasião, o magistrado considerou que o empresário estava preso por um período superior aos 120 dias previstos para a instrução criminal e "flagrantemente aviltante ao princípio razoável da duração do processo".

No recurso, os procuradores rejeitam esse argumento e avaliam não ser possível garantir que a liberdade de Joesley evitará o cometimento de crimes, disse a fonte. A reportagem não conseguiu confirmar se Ricardo Saud, outro executivo da J&F beneficiado pela decisão do juiz, também é alvo do recurso.

Joesley e Saud tinham sido presos, em setembro do ano passado, por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), após manifestação do ex-procurador-geral da Republica Rodrigo Janot em meio ao pedido de rescisão da delação premiada de executivos da J&F.

Janot havia acusado Joesley e Saud de terem omitido informações do acordo de delação premiada. Os executivos da J&F foram responsáveis pelo mais polêmico acordo de colaboração na gestão de Janot. O acordo envolveu diversos políticos e culminou em duas denúncias criminais contra o presidente Michel Temer, que tiveram o andamento negado pela Câmara dos Deputados.

No mês passado, em outro caso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão preventiva de Joesley e do seu irmão, Wesley Batista, no processo a que ambos respondem por uso de informação privilegiada no mercado financeiro.

Na ocasião, o STJ determinou a adoção de medidas restritivas alternativas à prisão, como o uso de tornozeleira eletrônica. Wesley não usa a peça por não haver equipamento disponível, mas foi obrigado a comparecer pessoalmente toda semana à Justiça Federal paulista.

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