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Lava Jato

Peru embarga R$ 190 milhões da Odebrecht e mais 7 empresas

Todas estão envolvidas na Lava Jato. Jornal afirma que governo de Alan García adicionou 1,9 bilhão de dólares ao orçamento de obra

19 fev 2017 - 18h46
(atualizado às 19h42)
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Autoridades do Peru ordenaram o embargo de mais de 150 milhões de sóis (142 milhões de reais) em propriedades e contas bancárias da construtora brasileira Odebrecht no país, informou nesta sexta-feira (17/02) o site peruano Ojo Público.

O valor total chega a 200 milhões de sóis (190 milhões de reais) se forem incluídas outras sete empresas brasileiras envolvidas no caso Lava Jato. Os nomes não foram divulgados para não atrapalhar as investigações, segundo o site. Segundo o jornal El Comercio, entre elas estão a Queiroz Galvão e a OAS.

As delações da Odebrecht foram homologadas em janeiro pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, após a morte do relator, Teori Zavascki, em acidente aéreo. Foram colhidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) mais de 800 depoimentos de 77 delatores ligados à empreiteira.
As delações da Odebrecht foram homologadas em janeiro pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, após a morte do relator, Teori Zavascki, em acidente aéreo. Foram colhidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) mais de 800 depoimentos de 77 delatores ligados à empreiteira.
Foto: Reuters

Do total embargado da Odebrecht, cerca de 60 milhões de sóis correspondem a terrenos no departamento de Lambayeque, no noroeste do país.

A Odebrecht declarou à Justiça dos Estados Unidos que pagou subornos no valor de 29 milhões de dólares no Peru entre 2005 e 2014, um período que compreende os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

Neste domingo, El Comercio informou que o governo do presidente Alan García acrescentou 1,9 bilhão de dólares ao orçamento original para a construção da estrada interoceânica, a cargo da Odebrecht. Uma investigação do jornal revelou que o governo destinou esse valor, equivalente a 45% do custo total do projeto, para variados custos de construção, manutenção e juros da obra.

O ex-presidente, que neste sábado retornou à Espanha após responder a uma convocação da procuradoria peruana por outro caso vinculado à Odebrecht, assinou uma série de decretos de urgência e cerca de 15 adendos nos contratos que significaram ampliações de prazos de execução.

Entre 2008 e 2010, o governo de García autorizou dois empréstimos do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), no valor de 234 milhões de dólares, que incorporou ao orçamento da interoceânica, além de outros 200 milhões de dólares.

Os diretores da Odebrecht visitaram García em 16 oportunidades no palácio de governo, e o ex-mandatário também foi convidado à capital paulista pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com todas as despesas pagas, em 2008, segundo El Comercio.

Consultado pelo jornal, García respondeu que quem maneja com exatidão os dados sobre a interoceânica é o então ministro dos Transportes e Comunicações, Enrique Cornejo, que está afastado da cúpula do Partido Aprista desde que revelou suas intenções de querer dirigir a legenda.

García atribuiu a Cornejo a designação de seu então vice-ministro de Comunicações, Jorge Cuba, detido em Lima por supostamente ter recebido uma propina de 2 milhões de dólares da Odebrecht para a construção da linha 1 do metrô da capital peruana.

Por sua vez, o ex-presidente Toledo tem uma ordem de captura internacional, uma vez que mora nos Estados Unidos, por supostamente ter recebido 20 milhões de dólares para conceder à Odebrecht a construção dos trechos 2 e 3 da interoceânica.

Venezuela toma medidas sobre caso da Odebrecht:
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