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Lava Jato

STF determina afastamento de Aécio Neves do Senado

18 mai 2017 - 08h19
(atualizado às 12h15)
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Senador Aécio Neves durante sessão do impeachment no Senado
Senador Aécio Neves durante sessão do impeachment no Senado
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) afastou nesta quinta-feira (18) Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato de senador. A decisão foi anunciada pelo ministro do STF Edson Fachin após a revelação de um áudio em que Aécio, presidente nacional do PSDB, pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, dono do frigorífico JBS. A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu a prisão do tucano, mas Fachin negou. Porém proibiu o senador Aécio Neves (PSDB) de deixar o Brasil e solicitou que o tucano entregue seu passaporte, de acordo com fontes locais. 

Além de afastar Aécio, Fachin expediu um mandado de prisão preventiva contra a irmã e assessora do senador, Andrea Neves, que foi presa pela PF em Minas Gerais. Há ainda um mandado de prisão contra o procurador da República Ângelo Goulart Vilela, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Também nesta quinta-feira, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) executaram mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Aécio no Lago Sul, em Brasília, em Ipanema, no Rio de Janeiro, e em Anchieta, em Minas Gerais. Autoridades também estiveram no gabinete no Congresso do senador.

Também foram alvos de buscas os gabinetes do senador Zezé Perrella (PMDB-MG) e do deputado Rocha Loures (PMDB-PR) e a residência da irmã de Aécio. A Polícia Federal comunicou que foram expedidos cerca de 40 mandados de busca e apreensão.

Escândalo da JBS

O áudio em que Aécio pede R$ 2 milhões ao dono da JBS foi revelado nesta quarta-feira pelo jornal O Globo e é parte da delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários do frigorífico. O dinheiro foi entregue a um primo do tucano, em cena filmada pela Polícia Federal. Rastreada, a quantia teria sido localizada numa empresa do senador Perrella.

Na delação, o dono da JBS cita também uma gravação na qual o presidente Michel Temer dá aval para o pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em troca de seu silêncio na prisão. Segundo o Globo, Temer indica na gravação o deputado Loures para resolver uma questão da J&F Investimentos, holding que controla a JBS.

Posteriormente, Loures foi filmado recebendo uma maleta com 500 mil reais que teriam sido enviados por Joesley. O deputado foi afastado de seu mandato nesta quinta-feira, a pedido da PGR.

O dono da JBS relatou ainda, segundo o jornal, que o ex-ministro Guido Mantega, também investigado na Lava Jato, era seu contato dentro do PT. De acordo com Joesley, com esse político era negociado o dinheiro que seria distribuído aos membros e aliados do Partido dos Trabalhadores.

Em notas, tanto Temer como Aécio negaram qualquer irregularidade. O presidente afirmou que jamais solicitou pagamentos para silenciar Cunha, enquanto o senador mineiro garantiu que a relação com o dono da JBS era "estritamente pessoal".

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*Com informações da Ansa

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