Temer diz que Maia é "colaborador extraordinário" do governo
O presidente Michel Temer fez elogios ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dizendo que ele tem sido um "colaborador extraordinário" do governo e que a relação deles é de "respeito institucional", após desentendimentos recentes.
Em evento em Miranda, no Mato Grosso do Sul, Temer afirmou que a relação com Maia está muito bem.
"É uma relação de muito respeito, respeito institucional. Você sabe que o Rodrigo exerce as suas funções com grande propriedade, baseado na Constituição e no regimento interno da Câmara dos Deputados", disse Temer aos jornalistas no sábado (21).
"Nas questões que dizem interesse ao País, (Maia) tem sido um colaborador extraordinário com nosso governo. Não há um ato qualquer que seja, digamos, prejudicial ao governo, ao contrário, em todos os momento ele age para fazer aprovar aquelas matérias que nós apresentamos e que são de interesse do país."
Questionado se estava confiante que conseguirá barrar a segunda denúncia com ele, por obstrução de justiça e formação de quadrilha, o presidente afirmou: "isso eu vou deixar por conta da Câmara dos Deputados, a Câmara decide".
Na última quarta-feira, o Palácio do Planalto acabou por criar mais uma crise com Maia, ao divulgar que um encontro fora da agenda com o presidente Temer teria sido para tratar do rito da votação da segunda denúncia, que ocorrerá nesta semana, sendo desmentido em seguida por uma nota de Maia e recuando da versão.
A relação entre Maia e Temer vem se deteriorando nos últimos meses. Em pelo menos duas ocasiões, o presidente da Câmara mostrou irritação profunda com o Planalto e o PMDB. Um dos problemas foi o assédio do partido do presidente a parlamentares do PSB que estavam negociando uma mudança para o DEM.
No final de semana passado, a crise aumentou com a divulgação dos vídeos da delação premiada do empresário Lucio Funaro, publicadas no site da Câmara. O advogado de Temer, Eduardo Carnelós, antes de saber da publicação dos vídeos, classificou o fato de "vazamento criminoso" e foi chamado de incompetente por Maia.