Após lista de Fachin, Temer diz que nada paralisa o governo
O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira que não permitirá que se paralise o governo, em uma aparente alusão à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de investigar oito de seus ministros, além de vários políticos.
"Nas eventuais divergências ou interpretações equivocadas, quem vai dar a palavra final é o Judiciário", o que "não podemos jamais é paralisar o governo", disse Temer, quase com as mesmas palavras, em dois atos públicos hoje.
"O governo executa, o congresso legisla e o poder judiciário julga", mas "nada pode paralisar" o Executivo, destacou em ambas as ocasiões.
O governante, no entanto, não se referiu diretamente à decisão tomada na noite desta terça-feira pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o início das investigações contra 98 políticos.
Temer anunciou que não pretende demitir seus ministros pelo fato de serem investigados, mas faria isso caso as acusações sejam aceitas pelos tribunais.
Em um dos atos, Temer esteve acompanhado do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, um dos oito membros de seu gabinete a serem investigados por suposta corrupção pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
Além de Pereira, o STF investigará Eliseu Padilha, da Casa Civil; Moreira Franco, da Secretária-Geral da Presidência; Gilberto Kassab, da Ciência e Tecnologia; Helder Barbalho, da Integração Nacional; Aloysio Nunes, das Relações Exteriores; Blairo Maggi, da Agricultura; e Bruno Araújo, das Cidades.