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Política

Lewandowski demite policial da PRF que ensinou tortura em vídeo

Demissão foi por acusação de que o agente seria sócio de uma empresa, o que é proibido para a classe; servidor promete gravar novo vídeo fazendo revelações

19 ago 2024 - 15h21
(atualizado às 17h11)
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Agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Ronaldo Bandeira foi demitido por ser sócio de empresa privada
Agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Ronaldo Bandeira foi demitido por ser sócio de empresa privada
Foto: Reprodução/X @soberanamemes

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, demitiu Ronaldo Braga Bandeira Júnior, membro da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que apareceu em vídeo de 2022 ensinando tortura. A demissão, no entanto, não tem relação com o vídeo. Segundo portaria assinada por Lewandowski, a exoneração ocorreu porque Bandeira Júnior participou da gerência ou administração de sociedade privada, uma infração disciplinar para seu cargo.

Em suas redes sociais, Bandeira Júnior disse-se surpreendido pela punição. "Quando achei que tudo tivesse acabado e que, enfim, tudo estaria bem, fui surpreendido com a abertura de um processo de 2017/18 no qual era acusado de gerência de empresa", escreveu.

A PRF não divulgou qual seria a sociedade privada da qual o ex-agente seria sócio. "Após muitas provas e diligências, havia sido também absolvido de forma ampla. Porém, após um pedido de reabertura (por qual motivo? Não sei!) conseguiram me demitir da instituição", questiona Bandeira Júnior.

Por fim, o ex-policial faz ameaças. "Em breve farei um vídeo e falarei tudo o que sei e jogarei toda a merda no ventilador!", escreveu.

Servidores públicos civis da União são proibidos de participar na gerência ou administração de empresas privadas, além do exercício de comércio, a não ser através da qualidade de acionista ou cotista.

A demissão ocorre três meses após Bandeira Júnior ter sido suspenso. Apesar de a corregedoria da PRF ter defendido a demissão por conta da tortura descrita no vídeo, o ministro Lewandowski suspendeu o agente por 90 dias.

No vídeo de 2022, o então policial rodoviário federal descreve como jogou spray de pimenta dentro de um porta-malas para "acalmar" um preso que estava quebrando a viatura. Segundo o relato, ao ouvir gritos de "estou morrendo", o policial teria dito ao preso: "Tortura".

Estadão
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