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Política

Lira diz esperar que Lula lidere pessoalmente formação da base na Câmara: 'Habilidade ele tem'

Na quarta-feira, governo enfrentou ameaça de rebelião na votação da MP dos Ministérios; matéria foi aprovada nesta quinta pelo Senado

1 jun 2023 - 15h13
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BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira, 1.º, esperar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidere pessoalmente a formação da base aliada na Casa. No dia anterior, os deputados aprovaram a Medida Provisória dos Ministérios após uma ameaça de "rebelião" de parlamentares do Centrão. "Habilidade ele tem", disse Lira, em referência ao petista.

"O presidente Lula foi alertado por mim. E ele hoje é conhecedor de todas as dificuldades que seu governo tem na parte de articulação. E eu espero que tenha servido de ensinamento, para que a partir de hoje, o governo possa encaminhar suas matérias na Casa na construção de uma maioria que ainda não tem", afirmou Lira, em entrevista à GloboNews.

Mais cedo, Lula comentou a aprovação da matéria pelos deputados. O petista disse que "era razoável que a Câmara votasse como votou". Para assegurar a aprovação do texto, o governo liberou R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares no dia em que a proposta foi votada - foram 337 votos favoráveis, 125 contrários e uma abstenção.

Nesta quinta, o Senado deu aval a MP 1.154/2023, que estabelece a estrutura da Esplanada com 37 ministros, por 51 votos sim e 19 não - houve ainda uma abstenção. No entanto, na Casa ao lado e na véspera, havia preocupação em relação à matéria, que deixaria de valer a partir desta sexta-feira, 2: "O clima ontem, infelizmente, era um clima voltado para derrotar a MP", disse Lira. Para ele, o governo Lula "peca na confiança".

O presidente da Câmara disse que prevaleceu, contudo, a visão de que derrubar a estrutura ministerial do governo seria uma medida "muito dura". "O governo, sem uma maioria no Parlamento, não pode achar que partidos independentes são obrigados a pautar e votar matérias de interesse de seu governo", afirmou Lira.

Lira ressaltou que se reuniu com os líderes da Câmara ontem e pediu a aprovação da MP após um apelo feito por Lula, mas ponderou que não poderá mais atuar dessa forma se o Planalto não melhorar a relação com a Câmara.

"Se o governo não fizer maioria, paciência, vai ter de respeitar os resultados", disse Lira. O deputado, contudo, rechaçou a comparação feita nos bastidores entre a relação dele com o Planalto e a disputa entre a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que culminou com o impeachment da petista, em 2016. "Ninguém pode dizer que atrapalhei o governo", afirmou.

Lira disse que é natural o governo oferecer ministérios a partidos para atraí-los à base, já que esse foi o modelo de coalizão escolhido por Lula, mas voltou a negar que tenha pedido o comando de pastas na Esplanada ou a demissão de algum ministro, como Renan Filho, dos Transportes, filho de seu maior adversário político em Alagoas, Renan Calheiros.

O presidente da Câmara afirmou que apenas pediu ao governo que agisse para "moderar excessos" de Calheiros, que o acusou de desvio de dinheiro e de bater na ex-mulher.

BRASILIA DF NACIONAL 23-05-2023 CAMARA ARTHUR LIRA Sessão para a votação de propostas legislativas. Dep. Maria do Rosário (PT - RS), dep. Benes Leocádio ( UNIÃO - RN), presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e o dep. Felipe Carreras (PSB - PE) FOTO PABLO VALADARES/AGENCIA CAMARA
BRASILIA DF NACIONAL 23-05-2023 CAMARA ARTHUR LIRA Sessão para a votação de propostas legislativas. Dep. Maria do Rosário (PT - RS), dep. Benes Leocádio ( UNIÃO - RN), presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e o dep. Felipe Carreras (PSB - PE) FOTO PABLO VALADARES/AGENCIA CAMARA
Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara / Estadão
Estadão
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