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Política

Lobista de doleiro visita ministério um dia após Lava Jato

30 abr 2014 - 08h54
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O representante do laboratório de Alberto Youssef em Brasília, Marcus Cezar Ferreira de Moura, se reuniu no Ministério da Saúde com o diretor do Departamento do Complexo Industrial e de Inovação em Saúde, Eduardo Jorge Valadares, um dia depois de a Operação Lava Jato prender o doleiro. A ação da Polícia Federal foi deflagrada em 17 de março, quando houve 18 prisões preventivas, entre elas a de Youssef. Moura foi recebido pelo diretor do ministério no dia 18. As informações foram publicadas no jornal O Globo.

Segundo a investigação da PF, Moura representava a Labogen S/A Química Fina e Biotecnologia, usada pelo doleiro para lavar dinheiro. Agora, a polícia procura saber se o lobista foi indicado para o laboratório pelo ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo. A suspeita se baseia em uma troca de mensagens entre o deputado paranaense André Vargas, que se desfiliou do PT semana passada, e Youssef. Vargas e Padilha negam a indicação. 

Segundo o ministério, o encontro de Moura com Eduardo Jorge, no dia seguinte à Lava Jato, ocorreu sem qualquer registro na portaria da pasta. Os registros apontam outras duas visitas do representante do laboratório de Youssef: a primeira em 11 de fevereiro, e a segunda em 26 de fevereiro.

Sobre a primeira, o Ministério da Saúde diz não ter conseguido mapear o destino do lobista da Labogen. No dia 26, ele esteve com o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Augusto Gadelha. Eduardo Jorge e Gadelha são os gestores responsáveis pelas Parcerias para Desenvolvimento Produtivo (PDPs), que buscam a transferência de tecnologia na fabricação de medicamentos. 

O ministério disse ao jornal que o encontro entre Eduardo Jorge e Moura envolveu a área técnica do ministério e foi feita em atendimento à “solicitação” da Labogen. “No encontro, foi informado o andamento do projeto e ressaltado que em nenhum momento o Ministério da Saúde efetuaria contrato com empresa”, explicou o ministério.

No caso do encontro com Gadelha, o ministério informou que Moura apresentou informações sobre o processo de inspeção da Vigilância local, que deu parecer favorável para a Labogen produzir as matérias-primas farmacêuticas. “O secretário tem como uma de suas atribuições institucionais receber dirigentes de instituições públicas e privadas com iniciativas para o setor.”

Fonte: Terra
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