Lula alerta ministros sobre corrida eleitoral de 2026 e descarta briga com Trump: ‘Queremos paz’
Reunião ministerial ocorre na manhã desta segunda-feira, 20; presidente pediu mais dedicação dos ministros nesses próximos 2 anos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alertou, durante a reunião ministerial, realizada nesta segunda-feira, 20, que a corrida presidencial para 2026 já começou, e que este será o ano de ‘definição’ da história de cada um dos ministros. o chefe de Estado também apontou que nesses próximos dois anos de mandato, e o governo quer tentar ‘corrigir’ o que foi feito de errado ou deixou de fazer até o momento.
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O encontro ocorre na Granja do Torto, em Brasília, para tratar das diretrizes do governo para a segunda metade do mandato (2025 e 2026), e determinar as medidas para combater as causas desgastantes que envolveram a administração pública, como a polêmica com relação a fiscalização do Pix.
"É preciso que a gente saiba que 2025 é o ano da grande colheita de tudo aquilo que a gente prometeu ao povo brasileiro e nós não podemos falhar, não temos o direito de falhar, não podemos errar, e não temos o direito de errar", afirmou o presidente.
Lula apontou que os ministros sempre tiveram abertura para conversar com ele a respeito de políticas que o País iria adotar e pediu para que os ministros reflitam que o grupo tem formação política diferenciada, de berços diferentes, mas que tem uma causa em comum: a de recuperação do Brasil, fazendo com que ele cresça, para melhorar o vida do povo dentro de casa, na educação e na possibilidade de trabalho.
O presidente apontou que a dinâmica de trabalho mudou, pois o trabalhador não se contenta mais em trabalhar com carteira assinada em uma fábrica, como ocorria nos anos 80, mas que agora, o brasileiro quer ser empreendedor, e que a atual gestão precisa se adaptar a essa nova formação. Lula também salientou que eles devem ser cobrados por isso, e que jamais reclamará quando o povo cobrar, mas sim, se não houver capacidade de entregar aquilo que se comprometeu a fazer.
"O que eu quero dizer para vocês é que 2026 já começou. Senão por nós, porque temos que trabalhar, capinar e tirar todos os carrapichos que tiver nas plantas que plantamos, mas por adversários na eleição do ano que vem. É só ver o que vocês assistem na internet para ver que eles já estão em campanha. A antecipação da campanha para nós é trabalhar e trabalha, e entregar para o povo aquilo que ele precisa", reforçou.
O mandatário também falou sobre a democracia, que deve ser reestabelecida e citou o episódio de 8 de janeiro de 2023, quando golpistas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, após Lula assumir o mandato. "Todos nós sabemos o que poderia ter acontecido nesse País se o 8 de janeiro tivesse dado certo, mas todos vocês sabem como encontraram os ministérios", declarou.
Em seguida, Lula afirmou que está totalmente recuperado da cirurgia que fez na cabeça, mas que ainda precisa esperar alguns dias para fazer viagens de avião. "Vou dizer em alto e bom som para que não restem dúvidas: eu estou totalmente recuperado. Vocês estão percebendo que nem chapéu eu estou usando para mostrar que o meu cabelo vai ficar melhor do que do Alckmin e do Lewandowski. Eles vão ficar com inveja do meu cabelo", brincou.
Segundo o presidente, a 'causa' que o motiva em 2025 é não permitir em "hipótese alguma", que o País volte ao "horror" que foi mandato de Jair Bolsonaro (PL), garantindo que democracia prevaleça, e assim, o povo seja atendido pelo governo.
Ainda durante seu discurso, Lula reforça que não quer ter problemas com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que o deseja uma boa gestão, e que busca por relação diplomática com todos os países.
"O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos e eu, como presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua, que o povo americano melhore e que os americanos continuem sendo o parceiro histórico que é do Brasil, porque da nossa parte, não queremos briga. Nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia e nem com a Rússia. Nós queremos paz, harmonia, ter uma relação em que a diplomacia seja a coisa mais importante e não a desavença.
O chefe de Estado ainda pontua que quer eleger um governo que respeite o processo democrático do País, e não a quem compactue com o neofacismo, neonazismo e autoritarismo. Ele também pediu dedicação para aos ministros e afirmou que nenhum deles poderá criar fazer uma portaria que "crie confusão" para o governo. "Quero que vocês saibam que daqui para a frente, nós vamos ter muito mais trabalho".