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Política

Lula buscará acordo no Rio para garantir renovação de aliança com PMDB

2 dez 2013 - 22h35
(atualizado às 22h56)
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O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva será o responsável por armar acordos políticos no Rio de Janeiro e no Ceará para as eleições do próximo ano, que não prejudiquem a aliança entre o PT e o PMDB no âmbito nacional. Esta foi uma das decisões tomadas em reunião entre as lideranças do PT e do PMDB, na Granja do Torno, em Brasília, no sábado, que teve como objetivo principal aparar arestas de alianças estaduais que têm potencial de comprometer ou tensionar a renovação da aliança nacional entre os dois partidos.

Caciques peemedebistas têm usado a renovação da aliança nacional em torno da candidatura da presidente Dilma Rousseff para pressionar por acordos regionais. A situação é tensa em pelo menos seis Estados, que foram alvo de análise detalhada na reunião de sábado na Granja do Torto, com a presidente Dilma, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o ex-presidente Lula, entre outros.

Há mais de um mês os peemedebistas estão pressionando Dilma e o PT a definir as alianças regionais que consideram chaves. Um grupo mais exaltado chegou a propor a antecipação da convenção nacional do partido - normalmente realizada no mês de julho de anos eleitorais -, que definirá qual o destino do PMDB na disputa nacional.

Dilma e o PT evitaram avançar nessas negociações até que a eleição interna petista reelegesse o atual presidente da legenda, Rui Falcão. No sábado, com a disputa petista resolvida, o ex-presidente Lula foi chamado por Dilma para ajudar nas negociações com o PMDB nos Estados.

O grande problema para a aliança nacional são os acordos no Paraná e no Rio de Janeiro. "O cenário para a aliança nacional é favorável, mas precisa ter uma margem de segurança. Hoje tem uma margem estreita (na convenção)", disse o peemedebista, sob condição de anonimato, nesta segunda-feira, ao comentar a reunião de sábado.

A negociação mais tensa continua ser no Rio de Janeiro e foi a que tomou mais tempo da reunião de sábado. Lá, o governador Sérgio Cabral (PMDB) e seu grupo político não aceitaram abrir mão da candidatura do atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão, para o governo.

O PT também não abre mão da candidatura do senador Lindbergh Farias, alegando que ele está melhor colocado nas pesquisas e que Cabral não tem condições políticas para fazer exigências.

Para tornar a situação mais delicada, o deputado federal Anthony Garotinho (PR) e o ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), que são candidatos, também pertencem ao arco de alianças de Dilma e querem seu apoio.

Cabral já avisou que, caso a presidente Dilma tenha vários palanques no Estado, apoiará o provável candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves (MG). Os petistas argumentam que o peemedebista está blefando. Nesta segunda, Cabral disse que pretende se licenciar do cargo em março para disputar uma vaga no Senado Federal.

Mesmo que não cumpra a ameaça, PT e PMDB temem que Cabral cause problemas na convenção nacional do partido para a formalização do apoio a Dilma. A fonte peemedebista disse que é muito difícil prever o que ocorrerá no Rio. Talvez por isso na reunião de sábado ficou definido apenas que o PT não deixará seus cargos no governo do Rio neste ano e que a definição das candidaturas dos dois partidos será adiada ao máximo.

"O problema é que lá no Rio os caras brincam de roleta russa com cinco balas no revólver", disse o peemedebista ao descrever a imprevisibilidade das negociações.

Irmãos Gomes

De acordo com a fonte do PMDB, Lula vai negociar pessoalmente um acordo no Ceará, onde o PMDB quer lançar a candidatura do senador Eunício Oliveira ao governo estadual. Lá, o problema não é necessariamente o PT, mas os irmãos Cid e Ciro Gomes, agora filiados ao Pros. É com esse grupo que Lula terá que negociar. A tendência é tentar convencer os Gomes a lançar a candidatura do governador Cid ao Senado. Com isso, o PT ficaria com a vaga de vice na disputa pelo governo.

No Paraná, o PT se esforça para convencer o PMDB a ter candidato próprio e não apoiar a reeleição do governador Beto Richa, do PSDB. A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, será a candidata petista, mas quer evitar uma polarização já no primeiro turno com Richa. E as chances de uma chapa entre petistas e peemedebistas é dada como nula por ambos os lados.

Acordo próximo

No Maranhão, ficou acertado que haverá um esforço conjunto para convencer o diretório local do PT a apoiar um candidato do PMDB ao governo, tendo um petista como vice - a governadora Roseana Sarney (PMDB) pretende disputar o Senado. Os petistas maranhenses, porém, estão divididos e podem apoiar a candidatura de Flávio Dino, do PCdoB. A própria Dilma tem dificuldades em rejeitar o apoio aos comunistas.

"Eles (do PCdoB) não pediram mais nada para apoiar Dilma", contou um auxiliar da presidente, que pediu para não ter seu nome revelado.

No Pará e em Alagoas, as conversas de sábado entre PT e PMDB caminharam bem, de acordo com fontes do PMDB e do PT. No estado do Norte, a tendência é que as resistências locais dos petistas sejam vencidas e que seja fechada uma aliança para que Helder Barbalho - filho do senador Jader Barbalho - seja candidato a governador, tendo um petista compondo a chapa.

Já em Alagoas, o PT não tem restrições à aliança com o PMDB. A resistência é ao candidato escolhido pelos peemedebistas, o deputado federal Renan Filho. O PT argumenta que as pesquisas mostram que ele não teria força para vencer e querem que o pai, Renan Calheiros, assuma a candidatura. O senador resiste à ideia.

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