Lula defende Haddad e diz que riu de declaração de Kassab: 'Estou despreocupado; eleição não é hoje'
Presidente rebateu declarações do presidente do PSD sobre a eleição e a economia
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista nesta quinta-feira, 30, afirmou que ficou "despreocupado" com a declaração do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, sobre a possibilidade de o petista perder a eleição se fosse hoje. "A eleição será só daqui a dois anos. Fiquei despreocupado com a declaração do Kassab", disse.
Nesta quarta-feira, 29, em evento em São Paulo, Kassab disse que "se fosse hoje, o PT não estaria na condição de favorito". "Eles perderiam a eleição", afirmou o também secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo.
"Deixa chegar a eleição em 2026 para saber se o governo vai perder", afirmou o presidente Lula.
Lula também rebateu as críticas que Kassab fez ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamando-o de "extraordinário". Acho que Kassab foi injusto em relação a Haddad. Só pela aprovação da [reforma] tributária, Haddad deveria ser elogiado pelo Kassab", afirmou.
No mesmo evento na quarta, o presidente do PSD chamou Haddad de "fraco". "Haddad não consegue se impor no governo. Um ministro da Economia fraco é sempre um péssimo indicativo", disse.
Lula volta a dizer que 2025 será de 'grande colheita'
Na entrevista concedida no Palácio do Planalto, Lula disse que "2025 é o ano mais importante do meu mandato". O presidente repetiu o mantra que tem adotado nos últimos dias e afirmou que 2025 será o ano de uma "grande colheita".
"2025 é o ano mais importante desse meu mandato, porque quando assumimos o governo a gente tinha muita clareza da dificuldade que íamos encontrar, porque era público pela divulgação de vocês que o País estava desmontado", afirmou.
"Este é o ano em que a gente começa a grande colheita de tudo o que foi plantado em 2023 e em 2024. Foi uma reconstrução das coisas do País para que ele voltasse a funcionar e voltasse a ser respeitado no mundo", completou.
Lula disse que "não queria que a transição falasse apenas do passado, mas do futuro". "Não sou daqueles que passa o governo inteiro tentando jogar a culpa no outro e não pensa o que vai fazer daqui para frente", afirmou.
Esta é a primeira entrevista de Lula aos repórteres desde que o presidente trocou o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). O publicitário Sidônio Palmeira assumiu o lugar do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).
O presidente reconheceu a ausência no contato com a imprensa. "Não lembro qual foi a última entrevista que dei, faz tempo. Primeiro porque em setembro bati a cabeça e depois porque em dezembro tive de fazer um procedimento. Hoje estou aqui 100% recuperado, preparado para as lutas que vierem a partir de agora. Voltei a fazer ginástica, musculação, posso fazer a viagem que quiser", declarou.
Lula citou ainda um hábito do ex-presidente do México André Manuel López Obrador, as "mañaneras", entrevistas coletivas que o mexicano dava à imprensa das 6h às 8h, diariamente. O petista, no entanto, disse que "aqui no Brasil a cultura nossa não permite, porque nem vocês terão pergunta todos os dias e nem eu terei resposta todos os dias".
O presidente defendeu que "a democracia será a grande derrotada se permitirmos o crescimento da extrema direita e fake news" e disse que pretende se dedicar neste ano a viajar pelo Brasil.
"Estou convencido que vamos terminar o mandato com situação extremamente positiva", reforçou, adiantando que o País deve crescer de 3,5% a 3,7% em 2024.
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