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Política

Lula diz que 'não há clima' para manter número 2 da Abin caso se confirme relação com Ramagem

Em entrevista, presidente disse que Alessandro Moretti tem direito de defesa, mas indicou que ele deve ser demitido

30 jan 2024 - 10h29
(atualizado às 12h07)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou que deve demitir Alessandro Moretti, número dois da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), caso se confirme que ele favoreceu investigados pela Polícia Federal (PF). As declarações foram dadas nesta terça-feira em entrevista para rádio CBN. 

A PF deflagrou uma operação para investigar o possível uso político da Abin e o monitoramento de oponentes políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por meio da ferramenta First Mile. Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, foi diretor-geral da Abin durante o mandato de Bolsonaro.

"A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin (Luiz Fernando Corrêa) foi meu diretor-geral da PF entre 2007 e 2010. É uma pessoa em quem eu tenho muita confiança e por isso o chamei, já que não conhecia ninguém dentro da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele. Dentro da equipe dele tinha um cidadão, que é o que está sendo acusado, que mantinha relação com o Ramagem, que é o ex-diretor da Abin do governo passado. Inclusive, relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Se isso for verdade, e está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar na polícia. Mas antes de você fazer simplesmente a condenação, é importante investigar corretamente", disse o petista. 

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Bruxelas
17/07/2023 REUTERS/Johanna Geron
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Bruxelas 17/07/2023 REUTERS/Johanna Geron
Foto: Reuters

Em relatório, a PF mencionou um potencial conluio entre os investigados na operação e a administração atual da Abin. Os investigadores indicaram que essa suposta colaboração prejudicou a apuração dos fatos e os investigados. 

No documento, a PF cita que "as ações realizadas pela alta gestão atual, dessa forma, se mostram prejudiciais à investigação posto que transparecem aos investigados realidade distinta dos fatos". Pelo que apuraram as investigações, a atual direção da Abin teria montado, com os investigados, um acordo para formação de uma estratégia conjunta e um acordo para "cuidar da parte interna".

Fonte: Redação Terra
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