Lula diz que prisão é 'única saída' para Bolsonaro, caso denúncia da PGR seja comprovada
A denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República coloca Jair Bolsonaro (PL) como o líder de uma organização criminosa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, nesta quinta-feira, 20, o teor da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na noite de terça-feira, 18. O petista disse, em entrevista à rádio Tupi FM, ter lido a denúncia e que a considerou "extremamente grave".
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"Eu tenho certeza que, se for provado, ele só tem uma saída: ser preso. Ele e quem participou dessa quadrilha que estava não tentando governar, mas tentando tomar conta do País como se fosse propriedade privada. Obviamente que eu acho que eles terão o direito de se defender, terão o direito de dizer que é mentira, mas se for provado não tem outra solução senão ser condenado", disse.
Lula voltou ainda a defender que Bolsonaro e seus aliados não deveriam estar buscando "anistia" antes dos processos terminarem de ser julgados.
"Eles nem foram julgados, eles já estão pedindo anistia, ou seja, eles estão dizendo que são culpados. Só pelo fato de eles pedirem anistia antes de serem julgados eles merecem ser condenados", afirmou Lula.
Denúncia da PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta terça-feira, 18, uma denúncia criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, apontando-o como líder de uma organização criminosa que prestou "auxílio moral e material" aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Em nota, a defesa de Bolsonaro afirma que o ex-presidente "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam". Também alegou ter recebido com "estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República"
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a organização criminosa denunciada "concorreu (...) mediante auxílio moral e material, para a destruição, inutilização e deterioração de patrimônio da União (...) com violência à pessoa e grave ameaça, emprego de substância inflamável e gerando prejuízo considerável para a União".
No total, 34 pessoas foram denunciadas em cinco diferentes frentes. Na mesma peça que envolve Bolsonaro, também foram citados os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI), além do ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, e do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.