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Política

Lula é capa da revista norte-americana 'Time' desta semana

4 mai 2022 - 10h41
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é capa da revista norte-americana Time desta semana. A foto do petista é seguida da frase "O Segundo Ato de Lula: o líder mais popular do Brasil busca voltar à Presidência".

A capa convida os eleitores para uma entrevista com Lula, na qual o ex-presidente fala sobre o tempo em que passou na prisão, a guerra na Ucrânia, a política norte-americana e seus planos para o Brasil caso seja eleito.

Na entrevista, o petista diz ter clareza de que pode resolver os problemas do Brasil. "Eu tenho a certeza de que esses problemas só serão resolvidos quando os pobres estiverem participando da economia (..)", disse.

Lula afirma, ainda, nunca ter desistido da política. "A política está em cada célula minha, a política está no meu sangue, está na minha cabeça", declarou à revista.

O lançamento oficial da pré-candidatura de Lula, juntamente com o pré-candidato a vice Gerado Alckmin (PSB), está marcado para este sábado (7). Até o momento, o petista lidera nas pesquisas de intenções de voto ao Planalto.

Guerra

Na entrevista, Lula responsabilizou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, a União Europeia (UE) e os Estados Unidos pela guerra em curso na Ucrânia. O petista, porém, ressaltou o papel de Zelensky no conflito. "Esse cara (Zelensky) é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado", disse. "(...) o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo."

Lula afirmou ainda que, se fosse presidente do Brasil, teria ligado para o presidente americano Joe Biden, para Putin, para a Alemanha e para o presidente da França Emmanuel Macron para tentar resolver o conflito de forma diplomática.

"Putin não deveria ter invadido a Ucrânia. Mas não é só o Putin que é culpado, são culpados os Estados Unidos e é culpada a União Europeia. Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a Otan? Os Estados Unidos e a Europa poderiam ter dito: 'A Ucrânia não vai entrar na Otan'. Estaria resolvido o problema", afirmou o petista.

Lava Jato

Na versão em inglês, o título atribuiu a corrida presidencial deste ano como "o segundo ato de 'Lula', chamado de presidente mais popular do Brasil". A matéria assinada pela jornalista Cyara Nugent traça um perfil do retorno do petista à disputa política após passar 580 dias preso no âmbito da operação Lava Jato. Ela cita, por exemplo, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou uma série de condenações da operação e declarou a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro no caso.

Os confrontos entre Bolsonaro e o STF também foram citados pela revista, que fez um paralelo entre ele e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

"Em abril, ele (Bolsonaro) sugeriu que as eleições poderiam ser 'suspensas' se 'algo anormal acontecer'. Se ele perder, alertam os analistas, é provável que haja uma versão brasileira do motim de 6 de janeiro. Se ele vencer, as instituições brasileiras podem não aguentar mais quatro anos de seu governo", escreveu.

Na entrevista à Time, Lula assumiu discurso eleitoral. Ele chegou a citar o jogador de futebol americano Tom Brady, que ganhou diversos títulos na liga nacional do esporte. "Ele é o melhor jogador do mundo há muito tempo, mas em cada jogo, seus fãs exigem que ele jogue melhor do que no último. Para mim, com a Presidência, é a mesma coisa. Só estou concorrendo porque posso fazer melhor do que antes."

Estadão
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