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Política

Lula e Zelenski não chegam a acordo e chance de reunião no G-7 é frustrada

Delegação brasileira chegou a negociar o encontro com a contraparte ucraniana, mas as tratativas não prosperaram

21 mai 2023 - 07h35
(atualizado às 07h43)
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Foto: Poder360

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, não vão se reunir no G-7. Após pressão da comunidade internacional, a delegação brasileira chegou a negociar o encontro com a contraparte ucraniana, mas as tratativas não prosperaram. O motivo ainda é pouco claro.

A informação oficial é que as agendas não se compatibilizaram. Lula ofereceu horários em aberto na sua programação deste domingo, mas a equipe de Zelenski não conseguiu encaixar nos horários vagos. O presidente ucraniano vai dar uma coletiva de imprensa em Hiroshima nesta noite e, em seguida, já retorna a Kiev. Lula decola para o Brasil amanhã cedo, depois de uma coletiva de imprensa.

Para além da agenda, uma hipótese é que o encontro não tenha acontecido por questões de segurança. Zelenski está em uma restrita e com segurança reforçada na cidade japonesa, enquanto o presidente Lula passou o dia em reuniões no hotel em que está hospedado em Hiroshima considerado mais vulnerável. Não há informações se o presidente brasileiro se dispôs a voltar à área em que estava Zelenski, onde foi mais cedo para participar de um painel do G-7.

Bandeira do Brasil e da Ucrânia sobrepostas em área reservada à imprensa.
Bandeira do Brasil e da Ucrânia sobrepostas em área reservada à imprensa.
Foto: Eduardo Gayer/ Estadão / Estadão

Até o horário do almoço, a probabilidade de um encontro entre Lula e Zelenski era considerada alta entre diplomatas que estão em Hiroshima, cidade-sede do G-7. Isso apesar da resistência de Lula em se reunir com Zelenski desde ontem, quando o pedido de encontro foi feito pela parte ucraniana.

No hotel em que Lula está instalado na cidade-sede do evento, e onde travou parte dos encontros de hoje, jornalistas chegaram a ser convocados para acompanhar o início das bilaterais e se instalaram no mesmo andar do presidente. No espaço reservado à imprensa, havia duas bandeiras, uma do Brasil e outra da Ucrânia, uma sobre a outra.

A principal hipótese é que elas teriam sido postas sobre a mesa para desamassar antes de serem hasteadas na sala de reuniões de Lula. Sem explicações, os jornalistas foram dispensados após acompanharem as bilaterais com os líderes de Ilhas Comores e Vietnã.

Mais cedo, Lula participou em Hiroshima de um painel do G-7 em que estava Zelenski. Diferentes líderes internacionais cumprimentaram o ucraniano, mas o presidente brasileiro permaneceu sentado, como se vê na transmissão oficial da cúpula.

Lula resistia ao encontro desde o início. Zelenski veio ao G7 para tentar ampliar sua aliança na guerra contra a Rússia. De acordo com relatos, o presidente brasileiro ficou desconfortável com a pressão da comunidade internacional pela reunião bilateral diante da postura brasileira de manter neutralidade no conflito.

Há a previsão de uma coletiva de imprensa do presidente às 8 horas (horário do Japão, 12 à frente de Brasília) nesta segunda-feira. Lula volta ao Brasil logo em seguida, em voo que vai sair às 9h.

Estadão
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