Lula elogia Marina e evita comentar criação de novo partido para 2014
Às vésperas do fim do prazo para criação de novos partidos ou troca de legendas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teceu elogios à ex-senadora Marina Silva, pré-candidata que aparece em segundo lugar nas pesquisas, mas evitou avaliar se um cenário sem ela facilitaria a reeleição de Dilma Rousseff. O ex-presidente se limitou a dizer que caberá à Justiça Eleitoral a decisão sobre a criação da Rede Sustentabilidade, legenda criada por Marina para se lançar à disputa de 2014.
"Eu penso que, primeiro, nós vamos ter de esperar o julgamento para saber se vai ter o partido ou não. Eu acho que a Marina é uma grande figura, uma companheira extraordinária. Eu não sei qual é o critério que a Justiça Eleitoral vai determinar para legalizar ou não o partido", afirmou Lula, em uma breve entrevista ao chegar à cerimônia sobre os 25 anos da Constituição Federal, realizada nesta terça-feira, em Brasília.
"Já foram legalizados dois (partidos), eu não sei se o dela será diferente, eu não sei se ela cumpriu as exigências que a lei exige. Ou seja, se ela cumpriu, certamente a Marina estará na disputa", acrescentou o ex-presidente.
Segundo a última pesquisa CNI/Ibope, divulgada na semana passada, Marina Silva tem 16% das intenções de votos, 22 pontos percentuais a menos do que a primeira colocada, a presidente Dilma Rousseff. No entanto, ela pode ficar sem disputar o pleito se não estiver filiada a uma legenda aceita pela Justiça Eleitoral até o próximo dia 5 de outubro.
Com a experiência de já ter presidido o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), ponderou que, apesar de a Constituição garantir a criação de partidos, deveria haver uma cláusula de barreira.
"Eu entendo que é preciso que se tenha uma cláusula de barreira ou uma cláusula de desempenho. Aliás, em substituição àquela que foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal", afirmou Lewandowski. Ele explicou que o dispositivo estabeleceria que "tenham assento no Congresso Nacional apenas aqueles partidos que tenham o mínimo de representação popular".