Lula: 'Em 2003, recebi o governo de um democrata. Agora, de um fascista e negacionista'
Em entrevista à TV Al Jazeera, presidente critica Bolsonaro e compara transição de governo com primeiro mandato, em 2003
Em Dubai, na Arábia Saudita, para participar da Cúpula do Clima da ONU, COP-28, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil estava "semidestruído" quando ele assumiu o governo para o terceiro mandato e chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de "fascista" e "negacionista"
As declarações do presidente foram dadas durante uma entrevista ao canal de TV do Catar Al Jazeera, transmitida na noite de sexta-feira, 1º.
Lula afirmou que, em 2003, ao suceder o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), recebeu o governo das mãos de um "democrata" a situação do País era estável, mas que desta vez o governo tem sido "mais difícil". O petista justificou que só concorreu nas eleições de 2022 porque era a única liderança capaz de derrotar Bolsonaro.
"Agora eu recebei um governo semidestruído por um fascista. Eu recebi o País de um negacionista, de uma pessoa que não acreditava no Congresso Nacional, no Senado, na Câmara, na Suprema Corte, que não acredita em nenhuma instituição, que não tinha contato com ninguém no planeta terra", afirmou.
Lula contou ainda que precisou restaurar dezenas de políticas de inclusão social descontinuadas no governo anterior e que tem viajado o mundo na tentativa de retomar relações diplomáticas.
Lula promete zerar desmatamento na Amazônia até 2030
O presidente também prometeu zerar o desmatamento na Amazônia até 2030 e ampliar os investimentos para transformar o Brasil em uma referência na produção de energias renováveis.
"Nós temos uma política de fazer que o Brasil produza todos os tipos de energia renovável, até hidrogênio verde", disse na entrevista.
Na mesma entrevista, Lula voltou a criticar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O petista reconheceu que os israelenses têm o direito de se defender dos ataques do grupo terrorista Hamas, mas afirmou que a reação tem sido "mil vezes mais grave o que os terroristas fizeram".