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Política

Lula ignora provas da PF e diz que foi 'criado imaginário' de que todo mundo era ladrão na Petrobras

Presidente participa de solenidade em estatal e chora ao lembrar do tempo em que ficou preso por conta da Operação Lava Jato

15 ago 2024 - 14h38
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BRASÍLIA - Numa solenidade na Petrobras no Paraná, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a questionar o trabalho da Operação Lava Jato e reclamou que os funcionários da estatal foram injustamente acusados de ladrões. O petista chorou ao lembrar que perto do local onde estava nesta quinta-feira, 15, ficou preso na superintendência da Polícia Federal por ordem do então juiz e hoje senador Sergio Moro.

"Conseguiram criar no imaginário daqueles que não gostam de nós a ideia de que todo mundo na Petrobras era ladrão, inclusive aqueles que eram responsáveis pela grandiosidade da Petrobras, que eram seus trabalhadores", disse Lula.

O presidente Lula elogiou funcionários da Petrobras e criticou de quem "criou" imagem de que "todo mundo é ladrão" na estatal
O presidente Lula elogiou funcionários da Petrobras e criticou de quem "criou" imagem de que "todo mundo é ladrão" na estatal
Foto: Wilton Junior/WILTON JUNIOR/Estadão / Estadão

A Lava Jato investigou esquemas de corrupção na Petrobras. Parte dos integrantes da diretoria da estatal admitiram à Polícia Federal cobrança de propina e empreiteiras contratadas também assumiram em acordos de colaboração com a Justiça que usaram recursos de caixa 2 para subornar funcionários da estatal e ainda repassar recursos para partidos políticos. Um dos primeiros a admitir corrupção na petroleira foi o gerente de produção Pedro Barusco, que confessou ter recebido US$ 100 milhões em propina que recebera.

Lula também foi alvo de investigação e chegou a ser condenado em duas instâncias. Os processos foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal por conta de erros graves cometidos pelo juiz Sergio Moro na condução dos processos.

Nesta quinta, o presidente visitou a fábrica de fertilizantes e à refinaria da Petrobras em Araucária (PR). Ele disse que voltou à presidência para recuperar a estatal e a fábrica de fertilizantes, além da capacidade do Brasil de fabricar embarcações.

Ele disse que quem tiver cometido crimes precisa ser preso, mas que não se pode destruir uma empresa. Sem citar nomes, afirmou que a Lava Jato era comandada por um "juiz insignificante". O juiz era Sergio Moro. Também disse que os procuradores da operação eram uma "quadrilha".

"A Petrobras jamais vai acabar, porque quando não tiver petróleo embaixo da terra, no fundo do oceano, ela vai ter que se especializar em outro tipo de energia", declarou Lula. Ele disse que continuará investindo porque a estatal é muito importante.

Lula agradeceu aos militantes que fizeram uma vigília em frente à carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, durante o tempo em que ele ficou preso. "Eu ouvia da cela em que eu estava todo santo dia o pessoal cantar, cantar parabéns, comemorar aniversário. E aquilo marcou a minha vida [começa a chorar]", disse o presidente.

"Vocês não têm dimensão do orgulho que eu estou de estar [começa a chorar], de estar vestindo essa camisa da Petrobras. Muitas vezes eu ficava deprimido e chorava quando eu ficava sabendo de notícia de que companheiros trabalhadores da Petrobras entravam em um restaurante para comer, ou entrava no bar, e muitas vezes eram chamados de ladrão", declarou o petista.

O presidente ainda enalteceu a atuação e capacidades dos engenheiros da Petrobras. Ele chegou a brincar que esses profissionais são tão competentes que podem até achar petróleo em Marte.

"Quando terminou a guerra na Bacia dos Porcos, que o [John] Kennedy era presidente [dos Estados Unidos] e Cuba derrotou eles, perguntaram para o Kennedy: 'o que você vai fazer agora?'. Ele disse: 'temos que ir para a Lua. E foram para a Lua. Já foram para a Lua, já foram para Marte, e não acharam nada. Eles não duvidem que daqui a pouco a gente manda a engenharia da Petrobras para Marte e para Lua, e a gente vai encontrar o petróleo que eles não encontraram."

O presidente afirmou ainda que a estatal é tão importante para o País que o presidente da estatal deveria ser escolhido por eleição direta.

Estadão
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