Lula lança Gleisi Hoffmann como candidata ao governo do PR
O PT do Paraná reuniu prefeitos, deputados e suas principais lideranças nesta sexta-feira, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, para um ato de lançamento da ex-ministra da Casa Civil senadora Gleisi Hoffmann como pré-candidata do partido ao governo do Paraná. O grande convidado do ato foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Eu que tomei a iniciativa de propor esse ato aqui para discutir um pouco de política", disse Lula, que aponta a eleição de Gleisi como uma das mais importantes disputas estaduais do País nas eleições de outubro, pelo fato de o Paraná ser um dos Estados com hegemonia do PSDB. "Vim aqui para dizer que nós vamos ter que fazer com que essa moça seja eleita governadora do Paraná", reforçou.
Gleisi agradeceu o apoio do ex-presidente e disse que Lula e Dilma são a prova de que se é possível fazer um governo com foco nos mais pobres. "E se fizemos em um pais imenso, continental, com diferenças regionais, é possível fazer no Paraná", disse, para depois criticar o atual governador, Beto Richa (PSDB), que vem reclamando da falta de apoio do governo federal e apontando esta discriminação política como causa de alguns problemas financeiros enfrentados pelo Estado.
"Está na hora de termos um governo com a cara do povo do Paraná. O Paraná é um Estado rico, de gente trabalhadora, não merece o vexame que está passando, atrasando contas com fornecedores. Vamos mudar as coisas por aqui, acabar com esse discurso que é um lero-lero de quem não tem competência para administrar o Estado", disse. "Vamos fazer de nossas universidades estaduais, por exemplo, um diferencial de nosso Estado e não um motivo para reclamação de despesas”, acrescentou.
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), foi mais duro nas críticas. "O governo federal ajuda, e muito, o Paraná. Ajuda construindo estradas, construindo aeroportos, construindo moradias, ajuda com o Bolsa Família. Mas não vamos mandar dinheiro para pagar a gasolina das viaturas e nem a ração dos cachorros da polícia."
Em seu discurso, Lula destacou as mudanças que diz ter feito no País e declarou ser compreensível a resistência que seu governo e o governo Dilma sofrem. "Parece que não estava previsto na cabeça da elite brasileira que, primeiro um torneiro mecânico e, depois, uma mulher, guerrilheira, torturada, pudessem ocupar os espaços políticos que ocupamos e mais, fazer, em 13 anos, o que eles não fizeram em um século por nosso País”, disse. "Esse país teve presidente altamente diplomado, que ficou anos no governo e não fez uma única universidade. Por quê? Porque ele já estudou, já fez até o doutorado dele. Não achava que todo mundo deveria ter essa oportunidade de estudar. E eles se assustam que, hoje, o filho do pobre pode estudar, em uma das nossas novas 18 universidades federais, ou através do Prouni, ou do Fies”, acrescentou.
Lula ainda fez um breve comentário sobre as manifestações populares que vêm ocorrendo no Brasil desde junho do ano passado. "Não temos que ter preocupação com passeata e manifestação. É legítimo. Eu nasci para a política fazendo passeata. A única diferença, é que nunca precisei colocar máscara para fazer passeata. Quem esconde a cara, quer fazer coisa errada", disse.
O ex-presidente terminou se discurso pedindo a Gleisi que não "seja eleita para ficar dizendo o que o antecessor deixou de fazer, mas para corresponder à esperança que o povo do Paraná está depositando em você", e alertou: "prepare-se que não vai ser fácil, vai ter botinada na canela. Eles vão pesquisar até como você se mexia dentro do ventre da sua mãe".
Lula também prometeu empenho da militância na campanha de reeleição de Dilma Rousseff para a presidência da República. "Eu não vacilarei, farei todo sacrifício que tiver ao meu alcance, viajarei para onde for necessário para impedir que esse país entre numa aventura e deixe de ter uma presidenta com a seriedade da Dilma. Sabemos que tem muito para ser feito ainda, mas sabemos que se tem alguém para fazer isso é quem já fez tudo o que fez."