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Política

Lula mandou interventor do GSI demitir servidores envolvidos no 8 de janeiro, diz Padilha

Ministro afirma que ordem do presidente é identificar militares e civis do Gabinete que possam ter ajudado golpistas na invasão do Planalto

21 abr 2023 - 14h28
(atualizado às 16h45)
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Foto: Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que o novo ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, realize um "raio-x" na pasta para identificar possíveis participantes da tentativa de golpe ocorrida no dia 8 de janeiro. A ordem do presidente é que os envolvidos sejam demitidos do GSI. A informação é do ministro Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

"Ao convidá-lo (Cappelli) para assumir interinamente o GSI uma das coisas que ele (Lula) solicitou é sim fazer um raio-x, uma avaliação, de qualquer pessoa que tenha tido qualquer participação nos atos terrorista do dia 8 de janeiro. Quem participou, mobilizou, fez parte, financiou os atos, esteja trabalhando onde estiver, não ficará com as mesmas responsabilidade no governo presidente Lula", disse o ministro na saída de um evento na Convenção das Assembleias de Deus Ministério Madureira nesta sexta-feira, 21.

Membros do governo com funções na Presidência falam agora na necessidade de acelerar a "desbolsonarização" do GSI e até mesmo de outro Ministérios, sobretudo naqueles situações no Palácio do Planalto. "Uma das responsabilidades nesse momento de interinidade é justamente esse raio-x, como as instituições que buscam identificar evidências de relação de servidores civis e militares com os atos terroristas vem sendo feito pela Polícia Federal e o Judiciário", disse Padilha, que defendeu que Cappelli colabore com essas instituições que estão investigando o caso.

A necessidade de fazer uma varredura no GSI se transformou em pauta do governo após a demissão do ex-titular da pasta, general Gonçalves Dias, que foi primeiro ministro a deixar o cargo na gestão de Lula. G.Dias, como é conhecido, pediu a exoneração depois de a CNN divulgar vídeos do sistema interno do Planalto em que ele aparece escoltando os vândalos que invadiram o prédio no dia 8 de janeiro para fora do terceiro andar, onde fica o gabinete de Lula.

CPMI

O governo agora já dá como inevitável a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar os responsáveis pela invasão aos prédios dos Três Poderes no 8 de janeiro. A pasta comandada por Padilha orientou os líderes de partidos aliados da base a indicar nomes para compor o colegiado, mas ainda não definiu a estratégia de atuação em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Padilha tem dito que a CPMI deve ser uma espaço de "embate político" sobre a tentativa de golpe. "O papel de apurar, punir, identificar responsáveis —- quem pagou, mobilizou, organizou e planejou os atos terroristas — a Polícia Federal e o Judiciário estão fazendo muito bem. Certamente a CPMI pode trazer novos elementos daqueles que foram responsáveis pelo financiamento", disse o ministro.

Segundo o chefe da articulação política do governo , Bolsonaro ainda não figura como o alvo principal dos aliados de Lula, que só devem definir a posição sobre o papel do ex-presidente nos ataques após a instalação da CPMI. "Nós vamos mirar todos aqueles responsáveis pelos atos. Mas, eu tenho dito que o ex-presidente é moral, espiritual e organizativo dos atos de 8 de janeiro, porque durante quatro anos ele semeou o ódio", afirmou.

Estadão
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