Lula pede desculpas após fala polêmica sobre o coronavírus
Ex-presidente disse, na última terça-feira, que "ainda bem" que o vírus surgiu para mostrar a importância do estado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi às redes sociais para pedir desculpas por uma declaração que deu sobre a pandemia do coronavírus em uma entrevista à revista Carta Capital, divulgada nesta terça-feira (19). Durante a conversa, que foi gravada em vídeo, o petista chegou a dizer que "ainda bem" que a doença havia surgido para mostrar a importância do estado. O ex-presidente estava criticando a gestão de Jair Bolsonaro no combate à pandemia.
"O que eu vejo? Quando eu vejo os discursos dessas pessoas, quando eu vejo essas pessoas acharem bonito que 'tem que vender tudo o que é público', que 'o público não presta nada', ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus. Porque esse monstro está permitindo que os cegos comecem a enxergar que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises. Essa crise do coronavírus, somente o Estado pode resolver isso, como foi a crise de 2008", disse o ex-presidente durante a entrevista.
Após repercussão negativa, Lula foi ao Twitter pedir desculpas pela declaração: "Usei uma frase totalmente infeliz. E a palavra desculpa foi feita pra gente usar com muita humildade. Se algum dos 200 milhões de brasileiros ficou ofendido, peço desculpas. Sei o sofrimento que causa a pandemia, a dor de ter os parentes enterrados sem poder acompanhar", escreveu o ex-presidente, que também gravou um vídeo para se desculpar.
Usei uma frase totalmente infeliz. E a palavra desculpa foi feita pra gente usar com muita humildade. Se algum dos 200 milhões de brasileiros ficou ofendido, peço desculpas. Sei o sofrimento que causa a pandemia, a dor de ter os parentes enterrados sem poder acompanhar. pic.twitter.com/aDL5Rj4SQ4
— Lula (@LulaOficial) May 20, 2020
Apesar das desculpas, Lula criticou a imprensa e seus opositores e disse que as pessoas agiram de "má fé" ao afirmarem que ele estava "comemorando" o avanço do coronavírus.