PUBLICIDADE

Política

Lula recria comissão que investiga mortes e desaparecimentos durante a ditadura militar

Comissão foi extinta nos últimos dias da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro; nesta quinta, Lula recriou órgão e nomeou novos membros

4 jul 2024 - 10h30
(atualizado às 11h16)
Compartilhar
Exibir comentários

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recriou nesta quinta-feira, 4, a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). O órgão, instituído em 1995 para investigar o paradeiro de vítimas da ditadura militar (1964-85), tinha sido extinto no penúltimo dia de gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Conforme despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta, Lula anulou o decreto de Bolsonaro que extinguiu a comissão e substituiu quatro integrantes do grupo que foram nomeados pelo ex-presidente. A CEMDP, ao todo, tem sete membros.

Com o decreto, o petista encerra um "jogo de empurra" que perdurou ao longo de mais de um ano e meio de gestão. Como mostrou o Estadão, a recriação da comissão obteve um aval positivo de Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, pasta à qual o grupo está associado, ainda em março de 2023.

Desde então, a proposta acabou travada na Esplanada dos Ministérios. Em análise técnica sobre o decreto que recriaria órgão, a Advocacia-Geral da União (AGU) e as pastas de Defesa e Justiça se manifestaram favoráveis. Ao ser submetido à Casa Civil, porém, o projeto empacou.

Lula recria Comissão de Mortos da ditadura militar, mas vinha investindo em política de conciliação com militares
Lula recria Comissão de Mortos da ditadura militar, mas vinha investindo em política de conciliação com militares
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Lula vinha sendo aconselhado a deixar a recriação da entidade para depois. O presidente, em paralelo, apostava numa política de conciliação com as Forças Armadas, a constar pela ordem dada pelo petista em março deste ano para cancelar todos os atos alusivos aos 60 anos do golpe militar.

Durante o primeiro semestre, Lula disse em entrevista à RedeTV que não queria "ficar remoendo o passado", referindo-se ao aniversário ao golpe que instituiu a ditadura militar, em 1964. Segundo o petista, o evento "fazia parte" do passado, enquanto ele, por outro lado, desejava "tocar o País para frente".

Veja quem sai e quem entra na CEMDP

Foram dispensadas as quatro indicações de Jair Bolsonaro à comissão:

  • Marco Vinicius Pereira de Carvalho, advogado bolsonarista e ex-presidente da comissão;
  • Paulo Fernando Melo da Costa, ex-assessor do senador Magno Malta (PL-ES);
  • Jorge Luiz Mendes de Assis, militar;
  • Filipe Barros (PL-PR), deputado federal.

No lugar deles, foram nomeados:

  • Eugênia Augusta Gonzaga, procuradora que retorna à presidência da comissão;
  • Maria Cecília de Oliveira Adão, pesquisadora que já atuou como consultora da CEMDP;
  • Rafaelo Abritta, advogado da União e chefe das Relações Institucionais do Ministério da Defesa;
  • Natália Bonavides (PT-RN), deputada federal.
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade