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Política

Lula usa reunião com ministros para avisar que anúncios só podem ser feitos com aval do Planalto

Presidente quer evitar atropelos com ministros prometendo fazer ações de governo antes de propostas serem acordadas em todo o governo

4 jan 2023 - 18h09
(atualizado às 18h27)
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Lula usa reunião com ministros para avisar que anúncios só podem ser feitos com aval do Planalto
Lula usa reunião com ministros para avisar que anúncios só podem ser feitos com aval do Planalto
Foto: Poder360

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai usar a primeira reunião ministerial do novo governo para chamar atenção dos ministros. Lula quer alinhar o discurso oficial e dar orientações sobre a organização do fluxo de decisão do governo, após declarações dos titulares da Esplanada afetarem o mercado, provocando queda da Bolsa e alta do dólar.

O encontro com os ministros já estava previsto por Lula. Será realizado na manhã de sexta-feira, dia 7, no Palácio do Planalto. Mas, diante de declarações em linhas divergentes, que provocam ruídos, ao menos externamente ao governo, a ideia é aproveitar o encontro para dar um freio de arrumação.

Depois de combinar com o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, a edição de uma Medida Provisória (MP) para prorrogar por 30 dias a desoneração no preço de gasolina e álcool, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu para o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro não estender a medida.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado pelo governo federal para presidir a Petrobras, afirmou nesta quarta-feira, 4, que a estatal não fará intervenção nos preços dos combustíveis. Segundo ele, "nunca ninguém falou em intervenção" nos preços, que, de acordo com ele, serão vinculados de "alguma forma" ao mercado internacional. Na campanha, porém, não só Prates como o próprio Lula defenderam modificar a política de preços praticada pela Petrobras.

Os titulares da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio, seguem dissonantes sobre a legalidade de atos bolsonaristas, em frente a quartéis do Exército, que contestam a eleição de Lula e fomentam ideias antidemocráticas. Lula queria que as Forças Armadas agissem para encerar as aglomerações, mas até agora não houve medidas de força concretizadas, e o governo fala em deixar que se esvaziem.

Enquanto Dino tachou as concentrações extremistas de "incubadoras de terroristas" e falou que simples a existência de pessoas com discurso pró-golpe de Estado era ilegal, Múcio afirmou que são manifestações da democracia, quando pacíficos, e admitiu ter familiares e amigos entre os que frequentam os acampamentos.

Estadão
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