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Lula

Após cirurgia, Lula deve adiar viagem a Brasília para a próxima semana

Presidente eleito tem uma série de conversas marcadas, mas médicos recomendaram que ele poupe a voz por uma semana

23 nov 2022 - 05h10
(atualizado às 07h18)
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Registro de Lula discursando em conferência, no último dia 19
Registro de Lula discursando em conferência, no último dia 19
Foto: Estadão Conteúdo/Paulo Mumia

BRASÍLIA - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deve adiar para a próxima semana a viagem a Brasília, de acordo com integrantes do gabinete de transição. Lula era esperado na capital federal nesta quarta e quinta-feiras para reuniões com líderes e dirigentes de partidos, mas depois que passou por uma cirurgia para retirar uma lesão na laringe, no domingo, 20, foi aconselhado pelos médicos a poupar a voz e a evitar discursos por sete dias.

A operação ocorreu no Sírio Libanês, em São Paulo, logo depois de o presidente eleito retornar da viagem ao Egito e a Portugal. Lula teve alta na manhã de segunda-feira, 21. De acordo com o boletim médico, a laringoscopia - que tinha por objetivo retirar uma leucoplasia da prega vocal esquerda - mostrou ausência de tumor maligno. Em 2011, Lula descobriu e tratou um câncer na garganta.

Durante toda a campanha eleitoral, o petista precisou de cuidados com a voz. Em novembro, exames diagnosticaram alteração inflamatória por causa de esforço vocal e uma pequena área de leucoplasia na laringe.

Um auxiliar que conversou com Lula após a cirurgia disse que ele ainda não recuperou totalmente a voz e está falando em tom baixo para se preservar, conforme orientação médica. Por causa de seu estilo, disse esse colaborador, o presidente eleito não conseguiria participar de reuniões calado. A viagem a Brasília, nesta semana, é tratada nos bastidores como praticamente descartada. Além disso, como o Brasil estreia nesta quinta-feira na Copa do Mundo, há uma avaliação no gabinete da transição de que todas as atenções serão desviadas para o futebol.

Lula é aguardado para as articulações políticas relacionadas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira o Bolsa Família do teto de gastos e para bater o martelo sobre a composição do grupo técnico que vai lidar com as Forças Armadas, ainda não anunciado. Ele também deve começar as conversas sobre a indicação de ministros.

O gabinete de transição divulgou para esta quarta-feira, 23, apenas compromissos do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, coordenador-geral, que participará de uma reunião ampliada do Conselho Político, às 9h30. À tarde haverá um encontro do setorial de Justiça com comandantes de Polícias Militares. O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), por sua vez, apresentará um diagnóstico sobre a segurança pública. Dino é cotado para o Ministério da Justiça.

Estadão
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