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Política

Maia: 'Guedes está enfraquecido e Bolsonaro é insensível'

E coube para Pazuello, as críticas mais pesadas de Maia. Na coletiva, ele disse que o ministro vai muito mal

16 dez 2020 - 12h56
(atualizado às 13h03)
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Em pouco mais de vinte minutos de entrevista coletiva, concedida na manhã desta quarta-feira, 16, após café da manhã com jornalistas em sua residência oficial, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disparou duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro e aos titulares da pasta da Saúde, Eduardo Pazuello, e da Economia, Paulo Guedes. Com relação a Bolsonaro, Maia o classificou de "insensível" pela forma negacionista com que trata a pandemia do novo coronavírus. Quanto a Guedes, o democrata disse que o ministro está enfraquecido no cargo e, por essa razão, não consegue fazer andar as reformas necessárias à retomada do crescimento econômico no País.

Maia, durante entrevista no Congresso
 3/9/2020 REUTERS/Adriano Machado/File Photo
Maia, durante entrevista no Congresso 3/9/2020 REUTERS/Adriano Machado/File Photo
Foto: Reuters

E coube para Pazuello, as críticas mais pesadas de Maia. Na coletiva, ele disse que o ministro vai muito mal, sempre foi apontado como um grande estrategista militar, mas se perdeu na condução da pasta no combate à covid-19. "(Pazuello) pode prejudicar imagem do Exército e comprometer (o País) com incompetência", emendou. No café da manhã com a imprensa, Maia foi mais longe: "o ministro da Saúde é um desastre. Um desastre para o País e para o governo. Acho que a sociedade já começou a entender isso, principalmente a área médica."

Na coletiva, Maia disse que os militares, numa referência a essa ala do governo Bolsonaro, estão sempre preparados pra comandar e não pra liderar. "Por isso, apesar de toda a competência e boa vontade dos ministros militares que estão no Palácio, há sempre uma maior dificuldade", disse, destacando que o maior problema nessa seara hoje é Pazuello. "Em relação à questão da logística, que diziam que era o forte dele, até agora não apresentou nada organizado, para as vacinas e nem para nada. E pode, com essa incompetência, comprometer tanto a solução para a vacina quanto para esse aumento no número de infectados, de mortes (pela covid-19), que precisaria de uma articulação melhor entre governo federal, Estados e municípios."

No café da manhã com jornalistas, Maia disse que Paulo Guedes tem uma narrativa correta e foi melhor no ano passado. Com relação à ala militar do governo, apesar das críticas a Pazuello, o deputado falou da admiração aos generais Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, e a Walter Souza Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil.

Brasileiros anseiam por vacina

Na coletiva, Maia destacou que milhares de brasileiros, ou milhões, não tiveram as condições de tratamento que homens públicos que foram contaminados pelo novo coronavírus, como ele próprio, Pazuello e Bolsonaro, tiveram. "Bolsonaro e Pazuello quanto pegaram covid, tiveram o melhor atendimento médico. Mas, milhares, ou milhões de brasileiros não tiveram condições que nós tivemos, eu também fui muito bem atendido. Os brasileiros anseiam pela vacina o mais rápido possível, é grave a insensibilidade Bolsonaro e falta sensibilidade também para o ministro da Saúde entender essa pandemia."

Na sua avaliação, a população está mais nervosa e apavorada nessa nova onda da covid-19 porque sabe que a estrutura hospitalar privada já não está atendendo, em razão do crescimento das internações, e também estão com as lotações no limite nas grandes cidades. Com relação à estrutura pública, no seu entender, faltam investimentos. "Falta modernização histórica do sistema SUS - que foi fundamental, sem ele a situação seria muito pior, eu que fui sempre crítico do SUS hoje sou um defensor. Talvez porque a população conheça o que significa a saúde pública no País, com todas as dificuldades, com todo o heroísmo dos nossos médicos, a população queira e anseie pela vacina o mais rápido possível."

Estadão
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