Maluf admite pela 1ª vez que controlava conta no exterior
Documentos obtidos por autoridades da Ilha de Jersey mostram que deputado admitiu ser dono dos recursos
De acordo com documentos obtidos pelas autoridades da Ilha de Jersey, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), pressionado pelo Deutsche Bank a revelar a origem de US$ 200 milhões que movimentou no exterior, tratou pessoalmente com advogados encarregados de dar explicações ao banco e admitiu que controlava uma das empresas que administraram os recursos. Maluf nunca reconheceu publicamente ser o proprietário dos recursos desde que a existência desse dinheiro foi revelada, há quase 13 anos. Em todas as manifestações sobre o caso, sua defesa insiste que ele "não tem e nunca teve contas no exterior".
No entanto, a sentença da corte da Ilha de Jersey, que no ano passado condenou empresas da família Maluf a devolver à prefeitura de São Paulo US$ 32 milhões (equivalentes a R$ 75 milhões), descreve em detalhes tratativas dele e de seus advogados com o Deutsche Bank e não deixa dúvidas sobre sua ligação com os recursos encontrados em Jersey. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.
As autoridades da ilha concluíram que o dinheiro foi desviado de obras construídas quando Maluf foi prefeito de São Paulo, de 1993 a 1996. Consultado sobre o conteúdo da sentença da Ilha de Jersey, Adilson Laranjeira, assessor do deputado Paulo Maluf (PP-SP), limitou-se a afirmar que "a reportagem se baseia em documento sem identificação e apócrifo (falso, ou sem autoria conhecida), e foi feita para vender jornal".