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Política

Mandetta: Guedes só me ouviu sobre a covid em março de 2020

A conversa aconteceu durante uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que discutia o Benefício de Prestação Continuada

4 mai 2021 - 17h33
(atualizado às 18h31)
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Em mais uma demonstração de atrito com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta comentou em depoimento à CPI da Covid que o 'Posto Ipiranga' do presidente Jair Bolsonaro só lhe ouviu a primeira vez sobre a doença em março, durante uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que discutia o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

"Foi numa reunião feita por conta do reajuste do BPC. Foi a primeira vez que ministro da Economia me ouviu, não sei a data precisa, mas provavelmente já estávamos em março", disse Mandetta. Ele foi questionado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) se seria verdade que o presidente Jair Bolsonaro e ministros de grande relevância no governo, como Guedes, nunca teriam se interessado em analisar os dados da Saúde até o dia 28 de março. "Sim, é fato", respondeu Mandetta.

O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta durante pronunciamento na CPI da Covid
O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta durante pronunciamento na CPI da Covid
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado / Estadão Conteúdo

O ex-ministro da Saúde ainda voltou a repetir que, nas oportunidades que teve de alertar Bolsonaro sobre os riscos da doença, o mandatário pareceu ser compreensivo. O problema, apontou Mandetta, é que passado alguns dias Bolsonaro já voltava a tomar atitudes que contrariavam a recomendação da Saúde, como promover aglomeração e não usar máscaras.

"Cada vez que se falava com presidente, ele compreendia, 'não vamos aglomerar', então eu saia sim animado. Ele compreendia e falava que ia ajudar, mas passava dois, três dias e voltava à situação de aglomerar. Por isso para ele ficou difícil me manter no cargo, já que deixei claro que não abandonaria o cargo, e ele continuou fazendo a mesma prática", disse Mandetta aos senadores.

Estadão
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