Manifestantes ainda pedem fim do comunismo e repercutem atos golpistas em frente ao QG de SP
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, já determinou que acampamentos sejam retirados da porta dos quartéis
Dezenas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda acampam em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Parque Ibirapuera, em São Paulo, nesta segunda-feira, 9. Cartazes afixados às barracas comemoram 71 dias de ocupação no local, enquanto faixas no chão pedem a extinção das instituições democráticas.
Os manifestantes repercutem a invasão das sedes dos Três Poderes ocorrida domingo, 8, em Brasília. Nas barracas, vêem-se grupos fazendo orações e conversando sobre o ocorrido na capital federal. Conversando com outros apoiadores do ex-presidente, uma mulher levantou o tom da voz para gritar que o grupo "não aceita o comunismo no Brasil".
Uma faixa estendida no acampamento pede que a emissora norte-americana Fox News inaugure um sinal no Brasil. A empresa é conhecida nos Estados Unidos por ter posições conservadoras e simpáticas a Donald Trump, de quem Bolsonaro é próximo ideologicamente.
Outras faixas pedem a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a criminalização do comunismo e o acionamento das Forças Armadas para tirar do poder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, democraticamente eleito.
Depois dos atos golpistas ocorridos no domingo em Brasília, com a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou a "dissolução total", em no máximo 24 horas, dos acampamentos antidemocráticos no entorno de quartéis em todo o País. O ministro também determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do cargo, suspendendo Ibaneis por 90 dias.