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Política

Manobra evita convocações em CPI; deputado cita pressão

Sessão foi encerrada sob gritos de protesto da oposição; deputado do PDT disse ter sido pressionado a não comparecer

11 nov 2014 - 15h58
(atualizado às 19h30)
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Deputado Rubens Bueno interrompe entrevista do presidente da CPI, Vital do Rêgo, protestando aos gritos
Deputado Rubens Bueno interrompe entrevista do presidente da CPI, Vital do Rêgo, protestando aos gritos
Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado

Manobras de parlamentares da base governista evitaram nesta terça-feira a aprovação de requerimentos na CPI mista da Petrobras para convocar o presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, e o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque. Durante a sessão, o deputado Enio Bacci (PDT-RS) disse ter sofrido pressão para não comparecer à sessão de hoje.

A reunião da CPI, que terminou em meio a gritos de protesto da oposição, começou esvaziada por deputados e senadores aliados ao governo. A comissão dependia da presença de 17 parlamentares para deliberar, mas, do PT, apenas o deputado Afonso Florence (RS) estava presente. A falta do relator, Marco Maia (PT-RS), foi justificada porque o deputado disse estar em repouso após um acidente de motocicleta.

Em meio a reclamações da oposição sobre o esvaziamento da CPI, o deputado do PDT, que integra a base aliada do governo, disse ter recebido entre sete e oito telefonemas de parlamentares governistas para não comparecer. Segundo ele, havia um cálculo do governo de que uma presença pudesse fazer diferença

“Sofri pressão todo o dia de hoje para que não viesse para dar quórum, inclusive ameaça de que seria substituído nessa CPI”, disse o deputado, ao pedir a palavra durante a reunião da comissão. “Se na semana que vem esse parlamentar não estiver mais aqui é porque eu vim dar quórum nesse momento para que votasse todos os requerimentos, todos os supostos envolvidos em corrupção”, acrescentou.

O presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, foi citado em depoimento feito à Justiça pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele disse ter recebido R$ 500 mil do dirigente para direcionar uma licitação. Machado pediu licença em meio às denúncias.

Presidente de CPI encerra reunião e oposição protesta

Sem número suficiente de parlamentares para votar os requerimentos, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), iniciou a oitiva do gerente de contratos da Petrobras, Edmar Diniz de Figueiredo, enquanto a oposição articulava a convocação de uma sessão extraordinária para votar as novas convocações.

Quando a sessão da CPI atingiu o quórum necessário para as votações, com a chegada de alguns parlamentares governistas, Vital encerrou os trabalhos, sob alegação de que o plenário do Senado iniciaria a apreciação de matérias. A oposição protestou aos gritos e o acusou de manobrar em favor do governo.

“Eu conduzo os trabalhos com a extrema rigidez. (...) Não posso coincidir reunião de comissão temporária, especial ou de inquérito com a ordem do dia”, disse o peemedebista a jornalistas, na saída da reunião. O deputado oposicionista Rubens Bueno (PPS-PR) interrompeu a entrevista aos gritos. “O senador Vital está assumindo a desmoralização do Congresso Nacional! Tem que assumir essa vergonha. Essa farsa que está sendo montada pelo Vital do Rêgo e da base do governo!”

Oposição nega acordo em CPI

Oposicionistas acusaram o governo de mentir ao anunciar um acordo para não investigar políticos, na semana passada. E acusaram a base aliada de desviar o foco das investigações.

“O relator mentiu ao dizer que fizemos um acordo para poupar quem quer que fosse”, disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). “Não participo do estelionato proposto pelo relator, que colocou na mesma vala partido que não têm nada a ver. O PSDB pediu a instalação da CPI, o PT, pelo que percebo, quer afundá-la”, disse.

Fonte: Terra
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