Marçal aparece sem gesso em agenda de rua: 'doutora Tabata falou que já podia tirar'
Ex-coach também declarou intenção de criminalizar comunismo e pediu perdão à imprensa por falas durante campanha
No dia seguinte à declaração de Tabata Amaral (PSB), que afirmou que o gesso no braço de Pablo Marçal (PRTB) era "cenográfico", Marçal removeu a imobilização e declarou que se recupera de maneira "rápida". "A doutora Tabata de Harvard falou que já podia tirar", disse em coletiva de imprensa durante uma caminhada na região do Brás nesta sexta-feira, 4.
O influenciador precisou enfaixar o braço após ser atingido por uma cadeira, arremessada por Datena (PSDB), durante o debate promovido pela TV Cultura. Além disso, o ex-coach aproveitou a oportunidade para se desculpar com a imprensa por declarações controversas feitas ao longo da campanha e expressou seu desejo de tornar o comunismo um crime no Brasil.
"Nós criminalizaremos em breve o comunismo, assim como o Brasil criminalizou o nazismo", declarou. "Nós não vamos curvar para a consórcio comunista do Brasil."
Antes de seguir em carreata, o candidato a vereador Rubinho Nunes (União), um dos apoiadores de Marçal, admitiu ter "traído" seu partido ao endossar a candidatura do influenciador. Ele justificou sua escolha como uma preferência por não trair seus próprios princípios.
O último levantamento do instituto Datafolha, divulgado na última quinta, mostrou que Ricardo Nunes (MDB) ainda não conseguiu se firmar como o candidato apoiado oficialmente por Jair Bolsonaro (PL) nesta disputa. Entre os eleitores que votaram no ex-presidente no último pleito, 32% declararam intenção de votar no atual prefeito. Por outro lado, Marçal soma 51% das intenções dos bolsonaristas. A margem de erro dessa pesquisa é de dois pontos porcentuais.
Integrantes da campanha do ex-coach disseram ao Estadão, que mesmo assim, o candidato do PRTB não pretende "forçar" seu alinhamento a Bolsonaro nessa reta final do primeiro turno. Eles acreditam que esse eleitor virá "naturalmente" para Marçal.
Datafolha desta quinta mostra que Marçal enfrenta alta rejeição do eleitorado paulistano
Caso consiga avançar para a segunda etapa das eleições, Marçal deve enfrentar um novo obstáculo: a alta rejeição do eleitorado. De acordo com o levantamento divulgado pelo instituto Datafolha nesta quinta, 3, o candidato do PRTB não receberia votos "de jeito nenhum" de 53% dos paulistanos. O adversário do PSOL tem 38% de rejeição, e a taxa de Nunes é ainda menor: 23%.
Na pesquisa qualitativa realizada durante o debate da TV Globo desta quinta, pelo instituto Travessia em parceria com o Estadão, ficou clara a rejeição de parte da população em relação ao influenciador. Nas aparições do ex-coach, uma onda de cartões vermelhos era erguida. Quando o influenciador falou "faz o M" pela primeira vez, outro eleitor retrucou: "sai fora".
Ele se destacou positivamente, no entanto, quando falou sobre sua proposta de inserir a disciplina de educação financeira nas escolas públicas do município. Porém, reações às suas propostas foram predominantemente negativas, e ele não venceu nenhum bloco do programa. "O Marçal vive em um mundo fantasioso", criticou uma eleitora.
O Datafolha realizou 1.806 entrevistas presenciais na capital paulista com eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 1º e 3 de outubro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais e o índice de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo SP-09329/2024.