Marina diz que Rede não subirá no palanque do PSDB em SP
A ex-senadora Marina Silva afirmou, em entrevista ao programa É Notícia, da RedeTV, que não apoiará a aliança entre o partido do ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência Eduardo Campos, o PSB, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que tentará sua reeleição no pleito de outubro.
Após indicar, no início deste mês, a intenção de apoiar a candidatura de Alckmin ao governo de São Paulo, o PSB oficializou, no último dia 20, a aliança com o tucano. Com o acordo, a legenda garantiu o direito de indicar o nome do vice da chapa. O nome mais cotado é o do deputado Márcio França, presidente estadual da sigla. “Em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais eu sempre advoguei que era fundamental ter a candidatura própria, porque é fundamental que se coloque o programa do projeto também na realidade dos Estados. Inicialmente, o doutor Marcio França disse que concordava com a tese da candidatura própria (em São Paulo), eu vi o esforço que o governador Eduardo Campos fez por essa ideia, mas ele sempre dizia que ele não iria fazer uma intervenção no partido, porque o partido tem instâncias”, disse.
“Não vamos apoiar a aliança. Nós (Rede Sustentabilidade) vamos ter uma atitude independente como temos no Estado do Paraná e outros Estados. (...) A Rede está discutindo se participará da candidatura ao Senado, se essa candidatura é independente, sem a coligação com o PSDB. e ali, através do candidato ao Senado, faríamos a nossa campanha para o projeto nacional sem subir em hipótese alguma no palanque do PSDB por razões programáticas e por razões de estratégia política.
Copa do Mundo
Questionada sobre a Copa do Mundo, a ex-senadora afirmou que torce para que a Seleção brasileira vença a competição, “para que os brasileiros possam se sentir respeitados em sua paixão, que é o futebol”.
Ao ser indagada a respeito das vaias e xingamentos proferidos contra a presidente Dilma Rousseff durante a abertura da Copa, na Arena Corinthians, em São Paulo, Marina defendeu o direito de manifestação de insatisfações, mas criticou o que classificou como uma “agressão”. "Não concordo com qualquer tipo de agressão contra a pessoa da presidente, (...) diferente de uma manifestação política.”
Anulação de assinaturas foi ‘ação política’
Ao falar sobre a anulação de assinaturas, que inviabilizou o registro de seu partido, a Rede Sustentabilidade, a tempo de disputar a eleição deste ano, Marina criticou a decisão da Justiça Eleitoral e classificou o episódio como uma "ação política" e uma "decisão injusta". “Outros partidos com menor representação política conseguiram seu registro”, questionou a pré-candidata à vice-presidência.
Ministro ‘dá vergonha alheia’
A ex-senadora aproveitou a entrevista para criticar o governo do PT, partido que deixou em 2009 e pelo qual militou por cerca de 30 anos. Ao falar sobre o que considera uma nomeação equivocada de nomes para comandar ministérios estratégicos, Marina citou como exemplo o chefe da pasta de Minas e Energia, Edison Lobão, que, segundo ela, "quando abre a boca, dá vergonha alheia".
Ainda segundo Marina, os partidos que polarizam a disputa presidencial - PT e PSDB - tornaram-se reféns de suas alianças durante suas gestões. De acordo com a ex-senadora, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso os tucanos tornaram-se reféns do PFL (atual DEM), enquanto petistas tornaram-se reféns do PMDB. “O PT se apaixonou pelos sequestradores de seus sonhos", afirmou.