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Política

Marina será candidata à Presidência e PSB quer vice com relação orgânica com partido

16 ago 2014 - 13h35
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Marina Silva será a candidata do PSB à Presidência, assumindo o lugar de Eduardo Campos, que morreu tragicamente em um acidente aéreo na quarta-feira, e o candidato a vice será um socialista com relação orgânica com o partido e que defenda o projeto do ex-governador pernambucano.

"A Marina já sinalizou que vai assumir a candidatura", disse à Reuters o líder da bancada do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, (RS) neste sábado.

Segundo ele, uma reunião da comissão executiva do partido na próxima quarta-feira definirá também o nome do candidato a vice, que fará chapa com Marina.

Sem entrar numa análise dos nomes, Albuquerque, um dos cotados para assumir o posto, disse que o PSB quer um nome "orgânico do partido, que defenda o legado do Eduardo e que tenha proximidade com a Marina".

Nos últimos dias, foram cotados para a vaga, além de Albuquerque, o coordenador do programa de governo da aliança, Maurício Rands, o ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Se a escolha se mantiver entre esses nomes, o favorito para assumir a vaga seria Albuquerque, já que Rands ingressou no PSB somente em outubro passado e antes estava filiado ao PT. Bezerra e Delgado, por sua vez, têm pouca ou nenhum proximidade com Marina, o que os desfavoreceria nessa disputa.

Albuquerque não quis comentar a possibilidade de assumir a vaga.

A decisão sobre a indicação de Marina para a cabeça de chapa foi encaminhada na sexta-feira durante uma reunião informal com membros da comissão executiva do partido.

"O que nós esperamos da Marina é o mesmo tratamento que o PSB deu a ela e à Rede", disse o líder socialista.

Segundo ele, Marina terá que assumir as posições de Campos, assim como o ex-governador tinha assumido as suas quando formaram a aliança. "Os dois se completavam e agora só temos um", disse.

Antes da reunião da executiva no dia 20, deve haver um novo encontro mais amplo na próxima segunda-feira, após o funeral, que deve ocorrer na tarde de domingo, para acertar os detalhes de como será feito esse anúncio da nova chapa. O velório de Campos começa na noite deste sábado, no Recife (PE).

Campos, 49 anos, morreu em um acidente de avião na manhã de quarta-feira no litoral de São Paulo junto a outras seis pessoas que estavam na aeronave.

O avião levava o socialista do Rio de Janeiro a Santos, onde ele cumpriria agenda de campanha, e arremeteu quando se preparava para pousar no aeroporto da cidade vizinha do Guarujá. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o avião.

DESAFIOS

O líder do PSB afirmou ainda que o principal desafio desses primeiros dias após a formalização de Marina como candidata é acertar e afinar o discurso da candidatura, porque já estará em curso o programa eleitoral obrigatório, que começa dia 19, e em seguida haverá os debates televisivos.

"Temos que acertar na veia", disse.

Os dois primeiros programas do PSB na TV, porém, ainda devem ser recheados de homenagens a Campos, que presidia o PSB e era a maior liderança da legenda.

Questionado sobre as dificuldades em alguns palanques regionais, como Rio de Janeiro e São Paulo, onde as alianças com PT e PSDB, respectivamente, foram fechadas sem o aval de Marina, ele minimizou o problema.

"Ela será a candidata do PSB e vai respeitar esses acordos. Onde ela não puder, o vice sobe no palanque", explicou. Em São Paulo, por exemplo, Marina já havia evitado agendas de campanha que podiam contar com a presença do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que concorre à reeleição, e tem o PSB como vice na chapa.

Albuquerque acredita que nesse primeiro momento a candidatura de Marina deve ter um crescimento nas pesquisas, um pouco ainda impulsionadas pela comoção com a tragédia.

"Acho que ela pode aparecer na frente do Aécio inclusive", afirmou, lembrando, entretanto, que apenas isso não será o suficiente. Campos aparecia em terceiro lugar nas pesquisas, atrás da presidente Dilma Rousseff (PT) e de Aécio Neves (PSDB).

"Temos que trabalhar para que isso não seja apenas uma bolha", argumentou.

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