Marta Suplicy entrega carta de demissão a Ricardo Nunes após acordo com Lula para ser vice de Boulos
Ex-prefeita se reuniu nesta terça-feira, 9, com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), com o qual sua futura chapa concorrerá nas eleições de outubro
Após selar acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser a vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy entregou ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), nesta terça-feira, 9, sua carta de demissão da gestão municipal. No documento, ela cita mudanças na conjuntura política da cidade e diz que seguirá "caminhos coerentes" com sua "trajetória, valores e princípios".
Procurada, a Prefeitura afirmou que "Nunes chamou nesta terça-feira, dia 9, Marta Suplicy na sede da Prefeitura para esclarecer as informações veiculadas pela imprensa. Ficou decidido, em comum acordo, que ela deixa as suas funções na Secretaria Municipal de Relações Internacionais.
Marta precisou interromper as férias para a reunião com Ricardo Nunes. "Neste momento em que o cenário político da nossa cidade prenuncia uma nova conjuntura diferente daquela em que, em janeiro de 2021, tive a honra de ser convidada por Bruno Covas, para assumir a Secretaria Municipal de Relações Internacionais encaminho, nesta data, de comum acordo, meu pedido de demissão deste cargo", disse a ex-prefeita.
O provável retorno de Marta ao PT já gera desavenças entre petistas. Lula é um dos principais entusiastas à volta da ex-senadora, porém uma ala do partido é contra a ideia, acusando Marta de traição por conta de seu voto a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff em 2016. Procurada, a ex-prefeita não foi encontrada para se manifestar.
O dirigente nacional do PT Valter Pomar publicou um artigo nesta terça-feira, 9, sugerindo que o possível retorno de Marta ao PT seja decidido em votação no Diretório Nacional do partido. "Votarei contra. O motivo principal é: senadora eleita pelo PT, Marta traiu seu eleitorado e seu partido, votando a favor do golpe contra Dilma. Desconheço que ela tenha feito alguma autocrítica a respeito. E, em qualquer caso, não vejo porque trazer de volta para casa quem praticou tamanha violência".