Marta Suplicy inicia 'roda de escuta' com petistas para reduzir resistências à filiação
Ex-prefeita de São Paulo recebe bancada de deputados federais do PT para jantar; encontro marca inicio de séria de reuniões
A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy recebe nesta segunda-feira, 29, a bancada de deputados federais do PT para um jantar. O objetivo é iniciar uma série de "rodas de escuta" para melhorar a relação entre ela e petistas. Na próxima semana, Marta irá se reunir com a bancada de deputados estaduais. Os vereadores do partido na Câmara Municipal também devem participar das discussões.
O jantar está marcado para ocorrer no apartamento da ex-prefeita, localizado no Jardim Paulista, bairro nobre da zona oeste da capital. No último dia 13, Marta recebeu o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) para um almoço no mesmo local, selando acordo para que assuma a vice na chapa encabeçada pelo psolista. O arranjo político também envolve o retorno da ex-prefeita ao PT.
A necessidade da realização de rodas de escuta entre Marta e parlamentares petistas foi decidida em reunião da Comissão Executiva Municipal do PT de São Paulo no último dia 16. A proposta é mitigar resistências em relação ao retorno da ex-prefeita à sigla. Marta rompeu com o PT em 2015 e apoiou o impeachment de Dilma Rousseff no ano seguinte. O seu regresso à legenda é alvo de críticas por correntes minoritárias.
O Diretório Municipal do PT agendou a cerimônia de filiação de Marta para o dia 2 de fevereiro. O local está em estudo pelo grupo e ainda não foi definido. A assessoria da ex-prefeita confirmou a data ao Estadão, destacando a expectativa pela presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Para correligionários de Boulos, a escolha de Marta para a vice fortalece a chapa psolista, sobretudo na ampliação de voto nas periferias. Eles citam um "legado social" da ex-prefeita, que administrou a capital no início dos anos 2000.
A gestão Marta Suplicy é lembrada pela criação de Centros Educacionais Unificados (CEUs), corredores exclusivos para ônibus e a implementação de Bilhete Único. Porém, ela sofre críticas pela criação de impostos em sua gestão.