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Política

Mauro Cid presta depoimento por 3 horas e Moraes mantém acordo de delação

Acordo de delação premiada do militar corria risco de ser anulado por conta de inconsistências apontadas pela PF

21 nov 2024 - 10h42
(atualizado às 19h16)
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BRASÍLIA - O tenente-coronel Mauro Cid prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) por cerca de 3 horas. Ele foi interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, que relata os inquéritos no qual o militar figura como investigado. A audiência de Cid com Moraes nesta quinta-feira, 21, foi marcada para que ele esclarecesse "contradições existentes entre os depoimentos do colaborador e as investigações realizadas pela Polícia Federal". Ao final da inquirição, Moraes considerou o resultado positivo e decidiu manter o acordo de delação.

Mauro Cid deixou o STF e pôde retornar a sua casa. Atualmente, ele usa tornozeleira eletrônica, como parte de compromisso assumido ainda no acordo de delação premiada. Em nota, o STF confirmou a decisão de Moraes.

O ex- ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, chega na sua casa no setor militar urbano após prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal ( STF).
O ex- ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, chega na sua casa no setor militar urbano após prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal ( STF).
Foto: Wilton Junior/ Estadao / Estadão

"Após três horas de audiência, o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid. O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. As informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes", diz a nota.

A Polícia Federal havia informado em ofício ao STF que Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, descumpriu as cláusulas de seu acordo de delação premiada, abrindo brecha para uma eventual rescisão do pacto fechado no inquérito das milícias digitais.

Maura Cid chegando em sua casa em Brasília.
Maura Cid chegando em sua casa em Brasília.
Foto: WILTON JUNIOR/Estadão / Estadão

A indicação foi feita após a corporação tomar o depoimento do delator na última terça-feira, 19, em meio à Operação Contragolpe que prendeu quatro militares e um agente da PF por envolvimento com um plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Ao deixar o prédio do STF, o advogado do tenente-coronel, Cezar Bitencourt, disse que Moraes considerou positivo o depoimento de Cid. Ainda de acordo com o advogado, Cid explicou e complementou a delação "repetindo as mesas coisas que tinha dito". "Foi tudo bem. Tudo mantido, como antes", afirmou.

Bitencourt afirmou que não foram discutidos novos nomes, tampouco o suposto conhecimento de Bolsonaro sobre o plano de assassinato de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) após as eleições de 2022.

Estadão
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