Médicos dizem que Lula está 'normal', mas precisa de repouso; alta está prevista para próxima semana
Presidente foi submetido a nova intervenção médica na manhã desta quinta-feira, 12, no hospital Sírio-Libanês
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou por novo procedimento médico na manhã desta quinta-feira, 12. Segundo relato da equipe médica que o acompanha, a intervenção foi uma complementação a cirurgia de emergência na cabeça à qual foi submetido há dois dias.
A nova intervenção médica teve início às 7h25. Por volta das 8h, o médico de Lula, Roberto Kalil Filho, informou que o procedimento sido um "sucesso". A equipe apresentou novos esclarecimentos em entrevista com a participação dos médicos José Guilherme Caldas (neurorradiologista), Rogério Tuma (neurologista), Marcos Stavale (neurocirurgião), Ana Helena Germoglio (infectologista) e Roberto Kalil (cardiologista).
Segundo Kalil, o dreno que havia sido colocado na cabeça do presidente durante a primeira cirurgia será retirado ainda nesta quinta-feira e ele permanece em observação. A equipe médica explicou que Lula, que tem 79 anos, permanecerá no mesmo local da UTI e que, a partir de amanhã, os equipamentos de monitoramento intensivo poderão ser retirados.
"O que define o cuidado na UTI do presidente, assim como de qualquer outro paciente, é a monitorização contínua, que, para o leigo, são aqueles dispositivos colocados no peito que mostram gráficos na televisão", explicou a médica Ana Helena Germoglio. "Atualmente, o presidente está sendo monitorado. Quando retirarmos essa monitorização contínua, isso indicará que ele não estará mais sob os cuidados da UTI. No entanto, em relação ao espaço físico, ele continuará no mesmo local onde está alojado", completou.
O novo procedimento, chamado embolização da artéria meníngea, foi descrito pelo médico Roberto Kalil como uma espécie de cateterismo, com o objetivo de reduzir o risco de novos sangramentos associados a hematomas subdurais (localizados entre o cérebro e o crânio). Kalil destacou que a técnica não exigiu anestesia geral. "O procedimento foi realizado sob sedação. Tanto que, logo após o procedimento, o presidente já estava acordado e conversando", afirmou.
O neurocirurgião Marcos Stavale esclareceu que o risco de um novo sangramento é estatisticamente desprezível. "Ele está neurologicamente perfeito, está ótimo, conversando. Hoje foi um procedimento para que nós não enfrentemos no futuro o que aconteceu nesta última jornada que ele passou", disse o médico em referência ao episódio da segunda-feira passada.
Os médicos disseram que as visitas estão proibidas e permanecerão proibidas enquanto Lula estiver internado. Atualmente, só familiares podem ter contato com o presidente. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, acompanha o marido no hospital. "As visitas ficarão proibidas até a alta médica", disse Kalil. "A recomendação é de repouso relativo. Evitar qualquer tipo de stress, que é praticamente impossível na posição dele". completou.
O médico Rogério Tuma explicou ainda que na queda que sofreu o presidente teve hematomas nos dois lados do crânio, um deles havia sido absorvido pelo organismo. "O presidente está normal. Está muito bem e apto a praticar qualquer ato da vida civil. A única coisa é que há recomendação médica para que não se esforce física e mentalmente", disse Tuma.
Kalil acrescentou que o presidente não ficou com nenhuma sequela da hemorragia no cérebro nem dos procedimentos médicos realizados. "Após a alta hospitalar, o presidente poderá ir para Brasília, provavelmente na segunda ou terça-feira. Quer dizer, pode ser um dia a mais ou a menos, dependendo da evolução, que tem sido muito boa. Do Palácio, ele poderá retomar uma agenda de despachos sem qualquer problema", afirmou Kalil.