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Política

Mendonça falará ao Congresso sobre dossiê na sexta-feira

Ministro recebeu três pedidos de convocação para prestar depoimento ao Congresso e três requerimentos de informação feitos por parlamentares

4 ago 2020 - 20h02
(atualizado às 20h07)
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O ministro da Justiça, André Mendonça
O ministro da Justiça, André Mendonça
Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

BRASÍLIA - Presssionado, o ministro da Justiça, André Mendonça, prestará esclarecimentos na próxima sexta-feira, 7, às 15h, à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) sobre o monitoramento de opositores do governo Jair Bolsonaro. A reunião ocorrerá na sede do ministério e será reservada. Senadores e deputados que integram a comissão poderão acompanhar por videoconferência.

Parlamentares fizeram um requerimento para que o ministro da Justiça desse explicações após o portal UOL revelar que da Secretaria de Operações Integradas (Seopi) produziu em junho um dossiê com informações de 579 professores e policiais identificados pelo governo como integrantes do "movimento antifascismo".

Mendonça recebeu três pedidos de convocação para prestar depoimento ao Congresso Nacional e três requerimentos de informação feitos por deputados e senadores. Além disso, partidos políticos provocaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o caso. Nesta terça-feira, 4, a ministra Carmén Lúcia estipulou um prazo de 48 horas para que o Ministério da Justiça preste informações sobre o monitoramento.

A reunião com a comissão mista não será pública. A justificativa é que se trata de informações sigilosas e, portanto, há a necessidade de os esclarecimentos sobre o dossiê serem feitos de modo reservado. A segurança das informações será feita pelo próprio Ministério da Justiça.

Em princípio, a comissão se reunião ocorreria no Senado, mas, segundo o Estadão apurou, o presidente da casa, Davi Alcolumbre, colocou resistência sob o argumento de que a reunião da CCAI criasse uma pressão para a volta de outras comissões que estão paralisadas. Diante do impasse, Mendonça ofereceu que os esclarecimentos fossem prestados no ministério e transmitido via internet.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que cabe ao ministro uma explicação pública à sociedade para ser ouvido e questionado. "Se eu fosse o ministro, eu iria ao Parlamento, ao Congresso Nacional, em uma sessão das duas casas, porque de fato me parece muito grave este tipo de atitude", disse.

Nesta terça, em uma tentativa de contornar a crise, Mendonça escolheu o delegado da Polícia Federal Thiago Marcantonio Ferreira para o cargo de diretor de Inteligência da Seopi. Ele substitui o coronel Gilson Libório de Oliveira Mendes, exonerado após a revelação de que o órgão monitorava opositores do governo Bolsonaro.

Na Polícia Federal desde 2006, Marcantonio atuava como assessor especial do ministro da Justiça e é considerado um homem de confiança. O Estadão apurou que Mendonça escolheu um PF para o posto com o intuito de eliminar o clima de desconfiança após a divulgação do dossiê. Nos bastidores, a determinação do ministro para estancar a crise é dar transparência e garantir que todos os fatos tenham sido apurados de forma imparcial. A mudança na direção da Seopi teve o apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Estadão
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